segunda-feira, 27 de outubro de 2008


Encontrámo-nos no elevador, daqueles elevadores antigos, ainda com duas portas de correr, uma no interior e outra para o exterior. O edifício também era antigo e daí o elevador arcaico, mas servia perfeitamente para subir e descer e poupar o esforço físico aos preguiçosos como eu. Tínhamos ambos acabado de visitar um amigo comum que recuperava de uma intervenção cirúrgica. Já não nos víamos fazia tempo, ela estava mais bonita, tinha casado, disse-me com um sorriso tímido. Não escondi a minha surpresa, pensei de imediato na oportunidade perdida em relação àquela bela mulher. No cofre das minhas cogitações, ela figurava num dos lugares cimeiros como possibilidade futura, acalentava em relação àquela estampa do sexo oposto uma esperança firme, estava convicto de que, quando quisesse, ela cairia nos meus braços.
Enquanto assim discorria em pensamentos, ela abriu a porta e saíu, fez-me um adeus e, encolhendo os ombros, sorriu, com malícia.
Entretanto fechei a porta do elevador e só saí do rés-do-chão quando um cavalheiro me perguntou, asperamente, mas o senhor tá às escuras porquê?


Discover Zero 7!

2 comentários:

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

risos

LOL

Luísa A. disse...

Pois é, Flip, as mulheres são assim, volúveis. E quem não aproveita as oportunidades quando as tem, não volta a tê-las… ;-)