terça-feira, 26 de maio de 2009



No DN, "Branco e, sim, africano
por Ferreira Fernandes
Paulo Serôdio, de 45 anos, nasceu em Moçambique, numa família portuguesa de três gerações em África. Foi para os Estados Unidos, em 1984, naturalizou-se americano, casou, teve filhos e, já quarentão, decidiu tirar Medicina. Queria trabalhar nos Médicos Sem Fronteiras, no continente onde nasceu. Na Faculdade de Medicina de Nova Jérsei, em Newark, numa aula em que era pedido aos alunos que se definissem culturalmente, Serôdio respondeu: "Afro-americano branco." Uma colega negra insurgiu-se: aquilo era um insulto! E o professor ordenou-lhe que nunca mais se definisse assim. Paulo Serôdio insistiu e foi suspenso da escola - há um processo judicial que corre sobre o assunto (li a história no site da cadeia televisiva americana ABC, alertado por um post, ontem, no blogue Blasfémias). É uma história de ignorância. Do triângulo "africano, americano e branco" é claro que o que incomoda é a junção de africano com branco. Se Paulo Serôdio quiser, serei sua testemunha. E levo uma longa lista de brancos que deram a vida, o trabalho e o amor pela sua pátria africana."

A ignorância destes americanos é atroz, e o mesmo se aplica à rotulagem que usam para definir isto ou aquilo, em suma, como diria um amigo meu, uns pedaços de asno. Ah, e também posso ser testemunha Serôdio, conta comigo para esclarecer melhor o assunto.

2 comentários:

Luísa A. disse...

Não sei se será ignorância, se será hipocrisia, Flip. O problema é que as expressões «cultura» e «afro-americano» são provavelmente usadas pelos americanos, com os ridículos cuidados do «politicamente correcto», como sinónimas de «raça» e «negro», respectivamente. O Paulo Serôdio é que não entendeu bem.

Flip disse...

Luísa
inclino-me mais para a hipocrisia, uns sabujos os filhos do tio Sam
:-)