domingo, 31 de janeiro de 2010

este inverno o índice de pluviosidade é dos mais elevados de que há registo, as barragens e albufeiras estão cheias, há malta que gosta, eu não, prefiro o calorzinho, calçãozito e T'Shirt e tá a andar...
Vi-o hoje na Fnac e está na lista de compras do mês, pela sinopse pode ver-se que é obra que promete, não fosse também este meu conterrâneo um dos meus autores preferidos:

"Sinopse:Amar uma mulher sem veneno é como jogar à roleta russa com uma pistola de fulminantes. A obscura força que leva um sujeito a lançar-se, preso a uma frágil lona, em direcção ao abismo azul, é a mesma que o precipita, indefeso e nu, para os braços de uma mulher. Quando o louva-a-deus encontra a sua deusa e esta lhe diz “vem, vou-te comer”, o infeliz sabe que aquilo não é uma metáfora. E, seguro de que depois do amor será servido ao jantar, persigna-se e vai. É o que nós fazemos."

Depois digo mais qualquer coisinha...

“Esta noite me sento na varanda, sob o céu estrelado. Sob o céu, não. Estou, sim, entre o céu. O firmamento está à mão de semear, respiro devagar com receio de desarrumar constelações”.

(...)

“Perseguida pelo medo da velhice, deixei envelhecer a nossa relação. Ocupada em me fazer bela, deixei escapar a verdadeira beleza, que apenas mora no desnudar do olhar. O lençol esfriou, a cama se desaventurou. Esta é a diferença: a mulher que encontraste aí, em África, fica bela apenas para ti. Eu ficava bela para mim, que é um outro modo de dizer: para ninguém.

É isso que essas negras têm que nunca podemos ter: elas são sempre o corpo inteiro. Elas moram em cada porção do corpo. Todo o seu corpo é mulher, todo o seu tempo é feminino. E nós, brancas, vivemos numa estranha transumância: ora somos alma ora somos corpo. Acedemos ao pecado para fugir do inferno. Aspiramos à asa do desejo para, depois, tombarmos sob o peso da culpa.”

(...)

“ – És parecida com a terra. Essa é a tua beleza.

Era assim que dizias. E quando nos beijávamos e eu perdia respiração e, entre suspiros, perguntava: em que dia nasceste? E me respondias, voz trémula: estou nascendo agora. E a tua mão ascendia por entre o vão das minhas pernas e eu voltava a perguntar: onde nasceste? E tu, quase sem voz, respondias: estou nascendo em ti, meu amor. Era assim que dizias. Marcelo, tu eras um poeta. Eu era a tua poesia. E quando me escrevias, era tão belo o que me contavas que me despia para ler as tuas cartas. Só nua eu te podia ler. Porque te recebia não em meus olhos, mas com todo o meu corpo, linha por linha, poro por poro.”

Mia Couto in Jesusalém (extractos)

e muito mais, um livro excelente, dos melhores de Mia.

sábado, 30 de janeiro de 2010

“Rind” – M. C. Escher

"Quanto mais cedo e mais rigorosamente nos apercebermos conscientemente das transformações, tanto melhor podemos calcular os riscos e reconhecer as oportunidades.
Como John Lennon disse uma vez, a “vida é aquilo que acontece enquanto nós fazemos outros planos”. Assim, os acasos obrigam-nos a abandonarmos os castelos de ar que construímos nas nossas cabeças e a entrar no campo da realidade. Por isso, conceder ao imprevisível mais espaço nas nossas vidas não é apenas uma aventura. Esse processo também nos transforma. A percepção torna-se mais aguda e adquirimos uma outra noção do tempo: o acaso ensina-nos a estarmos atentos. Nisso consiste a grande vantagem que ele nos oferece. As surpresas tornam-nos sensíveis à realidade. "

Stefan Klein

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


Para rir(?):

No "JN" - Bin Laden preocupado com aquecimento global

" Todas as nações industrializadas, particularmente as grandes nações, são responsáveis pelo sobreaquecimento climático", disse Usama bin Laden nesta nova mensagem áudio, a segunda em cinco dias, segundo a televisão por satélite do Qatar."

preocupações ambientais...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Eis uma ficha de emprego preenchida por um jovem candidato no McDonalds no Rio de Janeiro. A empresa contratou-o por ter considerado a ficha honesta e engraçada. Serve também para se observar a quantidade de perguntas cretinas que são feitas ao candidato.

Ficha de Emprego

NOME:
Júlio da Silva Moura

SEXO:
Duas vezes por semana.

CARGO DESEJADO:
Presidente ou vice-presidente da Companhia. Falando sério, qualquer um que esteja disponível. Se eu estivesse em posição de escolher, eu não estaria me inscrevendo aqui.

SALÁRIO DESEJADO:
R$ 15.000,00 por mês e todos os privilégios existentes. Se não for possível, façam uma oferta e poderemos chegar a um acordo.

EDUCAÇÃO:
Tenho.

ÚLTIMO CARGO OCUPADO:
Alvo de hostilidade da gerência.

ÚLTIMO SALÁRIO:
Menos do que mereço.

MAIS IMPORTANTE META ALCANÇADA NO ÚLTIMO EMPREGO:
Uma incrível coleção de canetas roubadas e de mensagens por e-mail.

RAZÃO DA SAÍDA DO ÚLTIMO EMPREGO:
Era um lixo.

HORÁRIO DISPONÍVEL PARA O TRABALHO:
Qualquer um.

HORÁRIO PREFERIDO:
Das 13:30h às 15:30h, segundas, terças e quintas.

VC TEM ALGUMA QUALIDADE ESPECIAL?
Sim, mas é melhor se ela for colocada em prática em ambientes mais íntimos.

PODEMOS ENTRAR EM CONTATO COM SEU ATUAL EMPREGADOR?
Se eu tivesse algum, eu estaria aqui ?

VC TEM ALGUMA CONDIÇÃO FÍSICA QUE O PROÍBA DE LEVANTAR PESOS DE AT 25kg?
25 kg de quê?

VC POSSUI CARRO?
Eu acho que a pergunta mais apropriada seria: Você tem um carro que funciona?

VC JÁ RECEBEU ALGUM PRÊMIO OU MEDALHA DE RECONHECIMENTO?
Talvez. Eu já fui um ganhador da Porta da Esperança.

VC FUMA ?
No trabalho não, nos intervalos sim.

O QUE VC GOSTARIA DE ESTAR FAZENDO EM CINCO ANOS?
Vivendo nas Bahamas, com uma super modelo loura, incrivelmente rica, burra, sexy e que pensa que eu sou a melhor coisa que surgiu desde a invenção do pão de forma. Na verdade, eu gostaria de estar fazendo isso agora.

(recebido por email)


como reza um provérbio chinês, não é nas grandes pedras, mas nas pequenas, que se tropeça
nestes dias em que o Sol de inverno é precioso, nada como ouvir de novo um bom LP para acompanhar o seu percurso ao longo do dia, intervalando aqui e ali com uma Injunçãozita ou um requerimento executivo...
hoje foi notícia a pretensão de um artista da nossa praça, por sinal um grande escultor, João Cutileiro, que lançou o debate e pede "um concurso público para que se crie um novo busto da República portuguesa".
A principal razão é a falta de identificação do actual com a cultura portuguesa - na cabeça da "República" (nome popular do busto) há um barrete frígio que chegou cá através da inspiração francesa (anda sobre o cabelo da Marianne, o busto de lá). "É uma vergonha", diz o escultor.
Há tempos que já lá vão, e se a memória não me engana, acho que foi então posto em causa a letra do hino nacional. Temos, pois, que os símbolos nacionais talvez careçam de actualização.
Devo concordar que o busto actual, podia, com efeito, melhorar um pouquinho, mas apenas do ponto de vista físico, talvez um busto um nadinha mais dotado, caramba, um busto como deve ser anima a malta, dá moral e eleva o espírito nacional, é ou não é? Eu acho que sim, e por isso concordo com a iniciativa, vamos lá a isso, Mestre João Cutileiro, ora lance o concurso e mostre a sua sugestão, eu, modestamente, já tenho um projecto em vista, mas só o mostrarei quando o concurso for aberto, parece que já estou a ver uma república como deve ser, mais abonadita e tal ...

Sobre a história é interessante dar uma vista de olhos no artigo no DN, leia aqui.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A humilde capacidade de admirar as pessoas, respeitá-las, que tanto levei a conseguir. Olhar nos olhos o que um ano destes não serei. Custa-me a ideia de não escrever um dia. Do mundo continuar sem mim. De perder corpos, calor: o que ganharei em troca?

António Lobo Antunes

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Natalie Portman

falavas comigo mas só os teus lábios prendiam o meu olhar,
fiz um esforço para te ouvir mas não pude deixar de ver o pormenor dos seus contornos, a textura e a cor,
o desejo fez-me perder a noção do que dizias, tens razão, ando na lua, mas a culpa não é só minha, também é tua...
ele há dias que realmente uma pessoa não deve sair de casa, ir à janela, diria mesmo que não se pode mexer.
Li nos media que uma professora que explicava a pintura de Picasso aos seus alunos, designadamente os pormenores do quadro‘O Actor’ no Museu Metropolitano de Nova Iorque, desiquilibrou-se para o lado em que estava o quadro e em resultado provocou na pintura (sagrada...) um rasgão de 15 centímetros na esquina inferior direita. Em todo o caso, valha-nos isso(!), as notícias são animadoras: o rasgão localiza-se na zona periférica da obra, não existindo qualquer tipo de dano no ponto central da composição.
O quadro, que marca a transicção de Picasso da 'época azul' para a 'época rosa', foi criado em entre 1904 e 1905. Mede 1,8 metros de altura por 1,2 metros de largura, tendo sido oferecido ao museu pelo artista de Málaga em 1952.
Quanto à professora, autora do rasgão, trata-se, diria eu, da transicção da sua época negra para a sua época amarela...pobre criatura!!!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Centro de Cascais numa manhã de Inverno - foto flipvinagre
Conhecer

Nunca vou ao fim das coisas. Tudo começa. Nada acaba. Eu não deixo. No meu sonho, tudo continua, tudo se repete, mesmo que seja preciso interrompê-las de vez em quando. Tenho medo que acabem. Porque é que se hão-de levar as coisas ao fim?

Amo o incompleto, o suspenso, o atravessado, o interrompido. Os fins entristecem-me. Viver as coisas até ao fim é matá-las.

E trocá-las por outras novas é traí-las. Melhor trazê-las sempre, duvidosas e imprevisíveis mas ainda gostadas e presentes.

Se acabo um livro, sinto-me derrotado, fico deprimido, queria que continuasse, e não continua. Reler não é a mesma coisa. Lembrar não é tão bom como viver. Mas é melhor do que matar. Repugna-me a ideia das relações humanas que se «esgotam». Faz lembrar esgotos. Como se um sentimento se pudesse despachar. É preferível abandonar a pessoa que se ama e guardar o amor que se tem por ela a segui-la até à saciedade.

As pessoas namoram e ficam casadas até se odiarem. Os amigos convivem de mais e começam a chatear-se. As famílias passam tempo de mais juntas, até descobrirem todos os defeitos de cada uma. Dir-se-ia que as pessoas não suportam ter o coração dependente e então cansam- -no propositadamente, para se verem livres do sentimento verdadeiro e bom que sentiam.

Porque é que as pessoas que querem ser livres, independentes e tudo o mais, são aquelas que mais mal aguentam a solidão? Porque, para o mal e para o bem, habituaram-se a uma companhia constante. Não percebem que as saudades, os desejos nunca realizados, os sonhos que ficaram suspensos, são a melhor companhia (embora também a mais triste) que se pode ter?

Nunca se deve conhecer nada a fundo. Não falando na pretensão de pensar que se pode conhecer. Quando se diz «Conheço-o como as palmas das minhas mãos», há sempre uma insinuação feia e negativa. As pessoas, quando estão tristes ou mal-dispostas, não deveriam expor- -se. É uma falta de respeito pelos outros.

Deve-se ser turista nas coisas do amor. Conservar o deslumbramento. Fechar os olhos quando desmorona a fachada. A intimidade verdadeira é partilhar a descrença na ilusão. Um navio visto ao longe. A lua. Os microscópios são detestáveis. Quem quer conhecer os segredos da casa das máquinas ou a superfície das estrelas? Não é por se estar mais próximo que se está mais próximo da verdade. A verdade é aquilo em que acreditamos.

Quem acredita ainda na distinção entre conhecimento e fé? Porquê provocar, remexer no passado, fazer perguntas? É como se as pessoas quisessem destruir o que as comove. É esse o sentido da frase de Wilde, que cada pessoa mata aquilo que ama. E tudo o que ele diz sobre a superfície é profundo. Não é só horrendo saber a «verdade» sobre James Dean ou Marilyn Monroe " é um engano arrogante. As coisas também se percebem, também se amam, à distância.

(...)
Em boa verdade, eu não sei por que é que um pássaro voa, nem quero saber. Voar já é tanto. Explicar o voo morfologicamente é reduzi--lo, é fazê-lo aterrar. O que é banal para o pássaro tem de continuar a ser maravilhoso para nós. Walt Disney é uma coisa. A biologia e as técnicas de animação são outras.

Gosto das primeiras impressões, sobretudo quando se vão repetindo ao longo dos tempos. Odeio e evito as descobertas, género «Descobri que Fulano era afinal um malandro». Este afinal, com o seu tom peremptório e arrogante, como se fosse possível definir definitivamente um ser humano, irrita-me. É um acto de amizade não estar sempre a vasculhar e a reinterpretar os amigos. Toda a gente sabe que as pessoas são polifacetadas " mas porque não restringirmo-nos à faceta que conhecemos de que mais gostamos?

A vida é muito complicada e o nosso coração precisa de simplificá--la, sem ter medo de se «enganar». É preciso resistir à curiosidade e à arrogância. Conhecer deveria ser só o primeiro passo.

Miguel Esteves Cardoso (excerto)

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cascais (Centro) - evidências do Inverno - foto flipvinagre

sábado, 23 de janeiro de 2010

Boas notícias (para os koreanos...):

No i:
"Os funcionários do Ministério da Saúde da Coreia do Sul vão ser obrigados, a partir de hoje, a saírem mais cedo do trabalho, avança a BBC. Esta ordem pouco comum deve-se ao incentivo à natalidade do governo de Seul. O objectivo é que as pessoas passem mais tempo com os seus parceiros para procriarem.
A Coreia do Sul tem uma das
taxas de natalidade mais baixas do mundo, inferior mesmo á doJapão, cuja população é das mais envelhecidas do mundo.
O envelhecimento da população leva ao declínio da força de trabalho e, ainda, ao aumento dos gastos com a saúde.
O ministro da Saúde daquele país é o responsável pela tarefa de aumentar a natalidade e pretende dar o exemplo com os seus próprios funcionários. Até já há quem brinque com a situação e lhe chame “o ministro do encontro de casais”, informa a BBC.
Segundo a imprensa sul-coreana, o governo de Seul está a avaliar outras medidas de incentivo à natalidade."

Eis, pois, como um Governo leva à prática a velha máxima "make love not war" :-)
Por cá vigora mais a perspectiva do sentido figurado, do palavrão, tão a ver(?!), mandam-nos... Pois :-)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

será? não tenho a certeza de nada, sei, apenas, que vamos vivendo o momento que vai passando, o tempo que corre, tudo além disso é mera especulação, garanta-se o melhor no enquanto, logo é mais tarde, ninguém dele sabe coisa alguma, amanhã? o amanhã é a espuma da onda que ainda não beijou a areia da praia, a maré pode nem favorecer o acontecimento, eis então o lamento, esquece pois o amanhã, vive o momento.

Aquele
que amo disse-me
que precisa de mim.

Por isso
Cuido de mim ,
olho meu caminho ,
e
receio ser morta ,
por uma só gota de chuva. !

Bertold Brecht


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

peguei a escada para ver se te via
como não te vi, desci-a

terça-feira, 19 de janeiro de 2010



"Nada indica melhor o carácter dos homens do que aquilo que eles consideram ridículo.
O ridículo resulta de um contraste moral apercebido de maneira inofensiva pelos sentidos.
O homem que vive pelos sentidos ri-se muitas vezes, quando não há razão para rir. Seja o que for que o excite, a sua satisfação interior manifesta-se.
O homem dotado de entendimento acha quase tudo ridículo, o homem dotado de razão, quase nada."

Goethe - As afinidades electivas
a carruagem vazia, os lugares vagos, as janelas para lado nenhum, hoje existi sem testemunhas, vivi numa ausência projectada em nada, para lá do meu entendimento, consciente ou inconsciente não vivi verdadeiramente, passeei apenas a minha existência

viver em condomínios tem, por vezes, alguns episódios interessantes. Por cima de mim vivem mãe e filha, ambas mulheres atraentes e muito educadas, diria, até, que aparentam alguma inocência mas não, não afirmo nem confirmo essa qualidade. Sim,basta, não gosto de especular sobre isso, enough! Mas voltemos ao que ia contar. No meu pátio, por vezes, elas deixam cair as cuequinhas fio dental as quais devolvo recebendo em troca um sorriso (malicioso? malandro? inocente? sei lá...). Porém, desta última vez, como não as vi à janela ou na varanda, coloquei as duas cuequinhas na caixa de correio, okay, estavam entregues. Cerca da uma da tarde fui recolher o meu ‘mail’ e encontro no hall o meu vizinho do 1º andar direito e que vive ao lado delas. Ele também ia levantar o seu correio. De repente, vejo-o olhar com grande surpresa para as cuequinhas que lá tinha colocado, obviamente eu enganei-me e desatei a rir porque a cara do velho galego, viúvo, de cerca de 70 anos, era de total confusão e admiração. Olhou para mim e perguntou-me ‘o que é isto’? Eu, que ria por todos os lados, tive que lhe contar a verdade, ainda estive para brincar com ele no meu espanhol de algibeira – entonces hein(?) señor Pepe, que usted los vestia no lo sabia de todo! Mas não o fiz, fiquei-me pela intenção, um episódio de boa disposição. A ver se conto o sucedido às duas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010



A poesia está guardada nas palavras – é tudo que

eu sei.

Meu fado é o de não entender quase tudo.(...)

Sobre o nada eu tenho profundidades.

Não cultivo conexões com o real.

Para mim, poderoso não é aquele que descobre ouro,

Poderoso para mim é aquele que descobre as insignificâncias: (do mundo e nossas).

Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.

Fiquei muito emocionado e chorei.

Sou fraco para elogios.


MANOEL DE BARROS in O Encantador de Palavras

domingo, 17 de janeiro de 2010

ilha do Mussulo, Luanda/Angola - imagem recebida por email

tão belas são as coisas do mundo,
em sinais e números,
em formas e matizes,
que penso podermos ser reis
coroados,
sábios,
felizes!

Robert Louis Stevenson

sábado, 16 de janeiro de 2010


interessante:
O livro "World Guiness of Records" conseguiu reunir o homem mais alto do mundo, Sultan Kosen, e o menor homem do planeta, He Pingping, em Istambul, na Turquia. Sultan Kosen é reconhecido pelo Guiness como o homem vivo mais alto do mundo. Mede 2,47 metros, tem 26 anos, é turco e tem um problema nas costas que lhe impede de se manter totalmente erecto.

He Pingping, é um cidadão chinês de vinte anos, mede somente 73 centímetros, o que o transformou no menor homem do mundo com capacidade para caminhar.
Eles vão viajar pelo mundo para divulgar o Guinness. Kosen usará três cadeiras do avião e Pingping, só uma, se muito.
A tournée promete ser longa e animada.

No Centro Cultural de Cascais encontra-se uma exposição singular: Sexpressions, Pedro Palma vs Clara Pinto Correia.
Uma viagem ao mundo do amor e do sexo com imagens e palavras. São 10 fotografias – de Pedro Palma - e outros tantos textos – escritos por Clara Pinto Correia.

A bióloga é fotografada pelo seu companheiro Pedro Palma e dá a cara pelos orgasmos retratados nas dez fotografias que integram a mostra patente até dia 7 de Fevereiro.

“Ainda hoje, o tema perturba: o sexo é o poder, o sexo é o pau. Um pau a que as mulheres se submetem, na melhor das hipóteses por um amor amplo, etéreo, difuso. É assim que se quer que seja, mas o amor das mulheres é carnal e ardente. O amor das mulheres é o sexo no seu esplendor, tempestade tropical que altera a temperatura do mundo”, escreve Clara Pinto Correia num dos textos da exposição.

Clara e Pedro Palma estão juntos há um ano e meio e dizem ter um do outro a primeira impressão: “Visionária”.

Esta exposição é ainda nas palavras da bióloga “um ensaio apaixonado e apaixonante sobre essa fuga infinita de um rosto através dos caminhos secretos do desejo partilhado: um rosto de mulher que se expõe naquilo que de si mesma desconhece e que nenhum espelho lhe pode oferecer”.

Segundo declarações de Pedro Palma ao Correio da Manhã “Clara quando faz amor abre muito os olhos, essa é a minha preferida”. (ler tb. no DN).

Salvo o devido respeito, mesmo sendo open minded, creio que por aqui se pode concluir que a fronteira entre o que se define como arte ou pretensamente arte e o que é ridículo, parece cada vez mais estreita. Chamar arte a expressões/momentos de intimidade de uma mulher ou de um casal é algo que ultrapassa o bom senso, talvez o ano e meio de relacionamento em que o casal ainda celebra o fogo e o contexto de uma paixão exacerbada e exuberante, os tenha conduzido a este espectáculo, mas chamar arte e publicitar como tal aspectos do seu foro íntimo, vai uma certa distância. I'm sorry fellows, I don't agree!

Aqui fica o aviso:

"O FBI divulgou hoje aquela que poderá ser a imagem actual de Osama Bin Laden. A actualização do líder da Al Qaeda pretende fazer reconhecer o terrorista, que se suspeita estar refugiado nas montanhas da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

Através da manipulação digital das imagens mais recentemente conhecidas, os especialistas em fotografia forense da agência norte-americana conseguiram chegar àquela que será a actual cara deBin Laden." (no i)

Portanto, estejam atentos, se o virem = cuidado, depois avisem quem devem avisar.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

foto do baú e que a minha querida amiga Carocha me enviou: em cima podem ver-se Cruel e Tósé Braga, no canto direito moi-même e à minha direita a Carocha Prata, em baixo o Jójó. Bons velhos tempos, algures nos anos 70 em Luanda/Angola.

no jornal i, outra notícia fabulástica de outro ministro fabulástico:

"O ministro das Obras Públicas, António Mendonça, disse hoje que o sector do turismo pode beneficiar “bastante” com a introdução do TGV e que Lisboa pode mesmo vir a “transformar-se na praia de Madrid”, informa a TSF.
O ministro falava durante a apresentação de um estudo da
Deloitte sobre o impacto da rede ferroviária de Alta Velocidade.

Mendonça desafiou ainda os empresários portugueses do sector a investirem e a agarrem nas oportunidades abertas pela introdução do TGV, baseando-se naquele estudo que estima que a introdução do TGV permita que em 2030 haja mais de 13 milhões de turistas espanhóis a visitar Portugal."

e por aí fora ... enfim, o anterior ministro disse que a outra banda era um deserto e este agora vem dizer que Lisboa será a praia dos espanhóis...eh pá, CALEM-SE!!!!!


nos dias que correm já não causa estranheza toda e qualquer inversão da realidade a que nos fomos habituando, agora no i li esta notícia que desperta aquela rebeldiazinha que tanto nos liberta:

"Quer saber o que está a fazer sucesso em Espanha? Um livro onde a Cinderela é rebelde, torna-se vegetariana, sai do baile de madrugada.... e sem o príncipe encantado. Já a Branca de Neve toma prozac para combater a depressão.

A obra "A cinderela que não queria comer perdizes" vendeu mais de 50 mil exemplares em Espanha nas primeiras semanas após o lançamento.

A história foi criada pela escritora Nunila López Salamero, com desenhos de Myriam Cameros Sierra e começou por uma brincadeira.

A cinderela do século XXI percebe que é uma mulher maltratada pela madrasta e pelas irmãs, abandonada pelo pai, obrigada a ser magra para "caber" em roupas número 38 e o príncipe, depois de se tornar seu marido,passa a ser mandão e um eterno insatisfeito.

Também nos contos, a Bela Adormecida explica como acordou sozinha, a Branca de Neve como deixou o Prozac e decidou bronzear-se até ficar morena."

A ler, claro!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

farol de Santa Marta, Cascais - a dar cor ao inverno rigoroso - foto flipvinagre
Dizem
Se encontrares um escravo a dormir, não o acordes, pode estar
a sonhar com a liberdade .
Não ...
Se encontrares um escravo a dormir, acorda-o, para lhe falares
da liberdade .!

Kahlil Gibran
Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. “Acho que tudo está bem”, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores Inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe.

Albert Camus in O Mito de Sísifo

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

testemunho do inverno - foto flipvinagre


eis o espírito do inverno, uma nudez fria e rude, imbecilmente moribunda, de um cinzentismo arrepiante, cuja única razão para existir será tudo excepto esse raio de luz que me faz falta e aquece e por isso lhe apelo, acelera, deixa passar a primavera.

Mais um abalo, desta vez no Haiti. A terra vai abanando em todo o lado. Agora foi em Port-au-Prince, foi forte. Sete na escala de Richter. Para quem lá vive, longe de qualquer classificação que lhe queiram dar os cientistas, foi o maior do mundo. Aquela população já lutava com enormes dificuldades, numa miséria quase absoluta, cerca de meio milhão de pessoas poderá ter morrido. E o Haiti é um dos países mais pobres do mundo. Poderia não o ser se os abutres ficassem quietos. Durante três décadas de ditadura de François Duvalier, substituído depois pelo próprio filho, foi o terror. As elites saquearam a seu belo prazer. Porque é que as grandes catástrofes escolhem quase sempre os países pobres? Castigo divino? Nada disso. Há nações que se encontram preparadas para estas calamidades e outras não, tudo gira em torno do capital. Um abalo num país rico e num país pobre, com a mesma magnitude, registam efeitos completamente opostos. Um terramoto em S. Francisco de magnitude de 7 na escala de Richter poderia matar meia dúzia de pessoas, que estavam no local errado à hora errada. Mas no Haiti, com a mesma magnitude, o número de vítimas ascende a meio milhão. Neste pequeno país, não esqueçamos, a maioria dos 8 milhões de habitantes vive com 1 euro e 40 cêntimos por dia. Os líderes dos países ricos já estão nas televisões a dizer ao seu eleitorado que vão ajudar. É de bom tom, claro!. O Haiti tornou-se independente da França em 1804. Nos dias que correm, vive num período de grande instabilidade política, com eleições atrás de eleições e golpes de Estado diversos. Há uma enorme hipocrisia neste mundo, que me dá vontade de abanar outras coisas...
A minha solidariedade para o Haiti.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

sirvam-se / help yourself