quinta-feira, 30 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mário Quintana

Poema Transitório

(...) é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente!

... no entanto
eu gostava mesmo era de partir...
e - até hoje - quando acaso embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.


Mário Quintana

domingo, 26 de junho de 2011

está muito calor, só na água é que se está bem...dizem que é uma vaga de calor, eu digo que é o verão

excertos da entrevista do Prof. Medina Carreira ao i: "Salazar foi um bom gestor. Era bom termos hoje um bom gestor
"O ex-ministro das Finanças considera que há o risco de Portugal e Grécia serem expulsos da União Europeia (...) eu não distingo esquerda de direita. Isso é uma divisão artificial, porque toda a gente quer o Estado social, toda a gente que está na Assembleia da República quer é dar benefícios e salários, mas não há distinção. Deixou de haver revolucionários, agora é tudo gente que está bem com o sistema capitalista. Aliás, a social-democracia esgotou-se porque é uma organização político-social que se baseia na criação de riqueza e o objectivo é redistribuir essa riqueza, mas Portugal só tem dívidas para distribuir.
Encontra neste novo governo capacidade para ultrapassar esta crise?
O principal traço que eu encontro como característica positiva deste governo é estar lá gente que não vive da política. É gente que não vai para lá fazer habilidades para sobreviver. São pessoas que já têm um estatuto social. Agora se isso significa alguma alteração não sei.
(...) O que está a dizer é que a esquerda portuguesa é irresponsável?
Esses partidos deixaram de ser revolucionários e são todos social-democratas. Os partidos querem todos Estado social e boa vida, mas não há nada disso para redistribuir. O que há para redistribuir são dívidas. Essa gente anda nas nuvens. O Bloco de Esquerda anda nas nuvens. Se eles fossem para o poder, ao fim de seis meses o país estava virado do avesso. É óptimo tributar os ricos, mas se tributar 10 mil ricos e os deixar na miséria cada um de nós fica só com mais cinco ou dez euros.
(...) Com a pressão exterior vamos conseguir, por exemplo, melhorar a justiça?
Eu há muito tempo que defendo a vinda do FMI, porque os partidos não querem tomar medidas impopulares. Era óbvio já há um ano e meio que era necessário recorrer ao FMI.
(...) A democracia, pelo que tem defendido, está a falhar. Há alternativa?
Nós temos de ter democracia, mas a democracia não pode ser o regime que leva o país à falência. Isso não é democracia e resulta sempre em pobreza. Sempre que tivemos democracia, o regime político levou o país à falência. Temos de ter uma democracia que saiba gerir o país e estas indicações são muito perigosas.
A democracia não tem sido compatível com contas equilibradas?
Não tem sido, porque há demasiada demagogia, há demasiado clientelismo e demasiado negocismo. A democracia tem de viver sem essas coisas.
(...) Tem muitos inimigos por causa das críticas que faz?
Não direi inimigos. Há muita gente que me olha de lado, mas é gente catalogável. É gente da classe média alta. Quanto mais sobem na hierarquia social, mais me detestam. Quanto mais se desce na hierarquia social, mais me aceitam. Ainda esta semana estive no Jardim da Estrela a passear e foram muitas as pessoas que me vieram falar, mas é a classe média baixa. (valeu)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

as "nossas" Galdérias vão protestar, e fazem muito bem, apoio totalmente.
Leia no "Expresso" e apoie a causa:
"Decotes, mini-saias, collants de rede, calças bem justas ao rabo, saltos altos (como não podia deixar de ser), vestidos provocantes: no próximo sábado, as mulheres portuguesas vão dar largas à imaginação (e ao guarda-roupa) para saírem à rua na primeira "Slut Walk" (qualquer coisa como "Marcha das Galdérias" ) em Portugal.

Começaram em abril e confesso que tenho vindo a assistir com alguma curiosidade às proporções que estas "SlutWalks " contra o machismo têm ganho. A ideia partiu de um grupo de mulheres canadianas, após as declarações de um polícia que dizia: "as mulheres devem evitar vestir-se de forma provocante se não quiserem ser violadas". A indignação do mundo dos saltos altos espalhou-se como um rastilho e a "Marcha das Galdérias" chegou a mais de 70 cidades, desde Sidney, a Londres e Brasília. Será um sinal de que comentários tão idiotas como o deste senhor polícia são, afinal, comuns nos mais diversos países? Parece que sim.

Ontem li o manifesto da marcha portuguesa - que acontece em Lisboa, pelas 17h30, desde o Largo Camões ao Rossio - e fez-me sentido: "Recusamos totalmente a culpabilização das mulheres face a situações de violência sexual. Recusamos a cumplicidade com a agressão e com quem agride, seja pelo silêncio ou pela benevolência". Já aqui escrevi várias vezes esta frase e hoje volto a dizê-lo: nada justifica uma violação.E se é preciso irmos para a rua, descascadas, em protesto para conseguirem perceber isto, então que seja.(...) Artigo de Paula Cosme Pinto.

Agora já sabe, quando chamar "sua galdéria" a alguém pense nisto.
li no DN e gostei, a coisa começa bem, esperemos que tudo isto dê uma volta:

"Passos Coelho ordenou a mudança da classe executiva para económica do seu bilhete para o voo para Bruxelas. Também queria prescindir do uso da sala VIP da Portela, optando por um check-in normal, o que foi vetado por razões de segurança.

A Top Atlântico, agência de viagens que trabalha com o Governo, também mudou, de executiva para económica, as reservas do seu chefe de gabinete, assessor de imprensa e seguranças para o voo TAP desta manhã.

É um sinal de contenção, quase simbólico, que o primeiro-ministro quer dar ao País.

Hoje, na sua estreia europeia, Pedro Passos Coelho apresenta-se também como portador da paz social e política que vive Portugal, com o novo Executivo. E junto dos seus homólogos europeus o novo chefe do Governo português vai transmitir uma única mensagem: a de que o Executivo de coligação quer cumprir à risca o programa acordado com a troika e que Portugal não se tornará uma nova Grécia.

Leia todos os pormenores sobre o Conselho Europeu no e-paper do DN."

terça-feira, 21 de junho de 2011

hoje tomou posse o novo governo de Portugal, o anterior, dos socialistas (dizem...) deixou-nos de tanga. Tenhamos fé neste que agora toma as rédeas do país. Boa sorte para todos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

o mar de Cascais no horizonte - foto flipvinagre


meio-dia. um canto da praia sem ninguém.
o sol no alto, fundo, enorme, aberto,
tornou o céu de todo o deus deserto.
a luz cai cai implacável como um castigo.
não há fantasmas nem almas,
e o mar imenso solitário e antigo,
parece bater palmas.

sophia de mello breyner

sábado, 18 de junho de 2011

esta semana foi notícia (chata...) o caso que ocorreu no CEJ (Centro de Estudos Judiciários). Leia-se no DN por exemplo:

Futuros magistrados apanhados a copiar

Um copianço generalizado num teste do curso de auditores de Justiça do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) levou à anulação do teste, mas a direcção decidiu atribuir nota positiva (10) a todos os futuros magistrados.

Perante o copianço da turma, a direcção do CEJ decidiu, em reunião, "anular o teste em causa, atribuindo a todos os auditores de Justiça a classificação final de 10 valores" em Investigação Criminal e Gestão do Inquérito. Desta decisão foi dado conhecimento aos directores adjuntos do CEJ, ao coordenador da Área Penal e restantes docentes e à Secção Pedagógica.

A Lusa tentou contactar a directora do CEJ, mas até ao momento tal não foi possível. A principal missão do CEJ é a formação de magistrados, competindo-lhe assegurar a formação inicial e contínua de magistrados judiciais e do Ministério Público para os tribunais judiciais e para os tribunais administrativos e fiscais. Constitui também missão do CEJ desenvolver actividades de investigação e estudo no âmbito judiciário e assegurar acções de formação jurídica e judiciária dirigidas a advogados, solicitadores e agentes de outros sectores profissionais da Justiça, bem como cooperar em acções organizadas por outras instituições".


Um caso que abala a confiança na Justiça deste país e que deita por terra a credibilidade futura nos magistrados, bem como quem os avalia.

Caso para dizer, estamos mal, muito mal...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um olhar

o poeta me viu

bastou um olhar
e pode ver
a mola mestra
da aprendiz
que sou

a escolha que fiz
no avesso e apesar
da sorte adversa
de não pesar
de ser feliz

poeta é quem vê
o que não é de dizer
e ainda assim

diz

ALICE RUIZ

(o site dela é aqui)

vi na capa do "Público", o clube do nadismo, é verdade, para o pessoal que não quer fazer nada tem esse clube. O nadismo é mudança de consciência. "É se dar conta de que é importante parar. É perceber que as pausas são vitais para a nossa saúde e que todos devem ter o direito de ficar sem fazer nada de vez em quando."


Vou aderir, até por uma questão de solidariedade, uma causa justa e que faz sentido.
Clicke aqui e vá directo para o clube.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ponte sobre o Tejo - perspectiva de Algés/Dafundo - foto flipvinagre

terça-feira, 14 de junho de 2011

mais vale um na mão que dois a voar. Será?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lê-se hoje no "Económico" que
" Cinco deputados que estiveram pelo menos 12 anos no Parlamento reclamaram o subsídio de reintegração e pelo menos dois pediram a subvenção vitalícia após a dissolução da Assembleia da República, avança hoje a TSF, citando a secretaria-geral da Assembleia da República, que não divulgou a identidade dos deputados que o pediram.

A rádio adianta que é possível que mais deputados venham também a pedir este subsídio, o que poderá levar a que a verba de 604 mil euros prevista no orçamento do Parlamento para estes subsídios venha a ser reforçada.

Segundo a TSF, os serviços do Parlamento receberam também dois pedidos de subvenção vitalícia, atribuível a quem esteve mais de 12 anos no Parlamento, um dos quais de Vera Jardim.(...)".

Não concordo com nada disto, é escandaloso e é completamente imoral. A lei que contempla estas benesses deveria ser revogada imediatamente. Os sacrifícios exigidos devem abranger todos os cidadãos, os privilégios dos políticos são uma aberração. Há uma diferença enorme entre servir o país e servir-se do país. Fica aqui o meu protesto e a minha condenação, assim, sem apelo nem agravo.


sábado, 11 de junho de 2011

manhã de sol no Chiado, Lisboa - foto flipvinagre
Lê-se no "Sapo" e no "Sol":
São Bento

Ex-governantes ocupam um terço da bancada do PS (Sol)

"Um terço da bancada do PS vai ser formada por ministros e secretários de Estado de José Sócrates. No total, são 21 os membros do Governo cessante que foram eleitos deputados.

(...)Além dos que agora cessam funções, há ainda dois antigos governantes: Alberto Costa (ministro da Justiça do primeiro Governo socrático) e Ana Paula Vitorino (secretária de Estado das Obras Públicas no mesmo Executivo) integram a lista de 73 parlamentares. (...) Do círculo de José Sócrates, dois assessores, André Figueiredo (chefe de gabinete) e Rui Paulo Figueiredo (assessor jurídico) são promovidos a deputados.Registe-se a curiosidade de haver três pastas que levam a maior parte dos secretários de Estado para S. Bento. Assim, o titular da Economia, Vieira da Silva, terá a companhia de três ajudantes: Carlos Zorrinho, Fernando Serrasqueiro e Fernando Medina. Recorde-se que Vieira da Silva foi director de campanha nestas legislativas. (...) Silva Pereira, o ministro da Presidência, também ficará com três (dos seus cinco) secretários de Estado: Laurentino Dias, José Junqueiro e Elza Pais. Já a ministra do Trabalho, Helena André, ‘leva’ Pedro Marques e Idália Serrão."


ou seja, sempre os mesmos, e o clientelismo a funcionar para os satélites... Não há renovação, os partidos ditos "democráticos" são dominados internamente por um "bureau" fechado em si mesmo, ao qual só têm acesso alguns "eleitos". O aparitchic continua com as mesmas sombras. Bolas para esta democracia!!!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Quem ora soubesse
onde o amor nasce,
que o semeasse.

D'Amor e seus danos
me fiz lavrador:
semeava amor
e colhia enganos.
Não vi em meus anos,
homem que apanhasse
o que semeasse.

Vi terra florida
de lindos abrolhos:
lindos para os olhos,
duros para a vida.
mas a rês perdida
que tal erva pace
em forte (má) hora nasce.

Com quanto perdi,
trabalhava em vão;
se semeei grão,
grande dor colhi.
Amor nunca vi
que muito durasse,
que não magoasse.


Luís de Camões - Rimas
Hoje 10 de Junho teve lugar a Comemoração do Dia de Portugal em Castelo Branco
No seu discurso, António Barreto , o presidente da sua comissão organizadora, pediu diálogo e verdade à classe política, “o que infelizmente tem sido pouco habitual”.
O problema, apontou, é aquilo que é novo. Além do contexto internacional e nacional, as atitudes dos políticos. “O facto de alguns políticos não terem dado o exemplo do sacrifício que impõem aos cidadãos. A indisponibilidade para falarem uns com os outros”. “A crispação política”, o Estado “refém de interesses particulares, nomeadamente partidários”.

Por isso, o professor de Sociologia deixou o alerta: “As democracias, em geral, não são derrotadas, destroem-se a si próprias”. Seguido do pedido: “Que sejam capazes, como não o foram até agora, de dialogar e discutir entre si e de informar a população com verdade”.

“Compete-lhes estabelecer objectivos, firmar um pacto com a sociedade, estimular o reconhecimento dos cidadãos nos seus dirigentes e orientar as energias necessárias à recuperação económica e à saúde financeira”, enunciou, como se fosse um caderno de encargos para o governo ainda em formação.

Por fim, António Barreto regressou a um dos seus temas preferidos, mas que agora volta a ganhar uma nova actualidade: a revisão constitucional. Porque, diz, a actual Lei Fundamental é “anacrónica, barroca e excessivamente programática”, a sua revisão é “indispensável”.

Nessa alteração, propõe um novo sistema eleitoral, um “reexame das relações entre os grandes órgãos de soberania”, o fim da “ameaça de governos minoritários e de Parlamentos instáveis” e uma “profunda reforma da Justiça”. Porque, frisou, “a liberdade necessita tanto de Justiça quanto de eleições”. (in "Público").
Será que alguém o ouviu? Será que os interesses instalados vão mexer em alguma coisa? Não sei, e não tenho fé nenhuma...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

do something...

terça-feira, 7 de junho de 2011

imagem tirada da net


"Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível;
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo."


António Gedeão

conheça o novo Primeiro-Ministro de Portugal.
Clicke aqui (via "Expresso")

Boa sorte Passos Coelho.
E pra nós também.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

praia do Tamariz, Estoril - foto flipvinagre


"se procurar bem você acaba encontrando.
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inexplicável) da vida."

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Louçã diz que Sócrates insultou portugueses


lê-se no i (clicke aqui).

Mas eu sou de opinião que ele foi além do insulto, ele ultrapassou tudo o que era admissível, abusou, daí aplicar-se a letra daquela música,"Você abusou, tirou partido de mim, abusou... "