domingo, 29 de abril de 2012

amanhecer na Kissama, Angola - foto flipvinagre
ao fim de semana ponho a leitura em dia no que toca ao cantinho lusitano, e o fado da política enche por completo tudo quanto é alvo de notícia, qualquer coisinha é um facto político, há política a mais em Portugal, há polítiqueiros a mais naquele país, quase tudo é política, pouco sobra e o que sobra são outros tantos assaltos e roubos, desgraça após desgraça, enfim, um rol de episódios deprimentes que nos deixam um enorme amargo de boca e um olhar de tristeza ao constatar tudo isto que não é nada de bom. E passo o olhar no "SOL" e dou razão ao cronista Ricardo David Lopes no que toca à ausência de Soares e Alegre e também da Associação 25 de Abril, onde tem a toca o Sr. Vasco Lourenço, quanto à ausência destas figuras nas comemorações do 25 de Abril: "Recusar fazer parte da comemorações do dia que pôs termo à ditadura (...) é um insulto a todos aqueles que lutaram, pública e anonimamente, pelo novo rumo que Portugal e as então colónias seguiram a partir de então. (...) Soares, Alegre, ou Vasco Lourenço (...) têm ideias frescas - concretizáveis - para o país? Pois então, que façam outra revolução. Se a causa for justa, terão certamente a seu lado os cidadãos e os militares para fazer um país mais esperançoso. Caso contrário, escolham outro caminho que não dê tão má imagem. É verdade que, em democracia, até o disparate é admissível. mas, como diria alguém, «não havia nexexidade»..."
Tristezas ...


no i, a ter em conta a entrevista de Maria Filomena Mónica:

"Sócrates foi um delinquente político".

li no "Expresso", convém saber:
"Os conselhos do "homem mais feliz do mundo"
Matthieu Ricard trocou uma carreira científica de topo por uma vida de espiritualidade, meditação e ajuda humanitária nos Himalaias. Quarenta anos depois, o seu cérebro foi alvo de estudo e é considerado o homem mais feliz do mundo. Fomos descobrir o seu segredo. " Filho do filósofo francês Jean-François Revel, Matthieu Ricard cresceu entre a nata da nata dos intelectuais da Paris, como Stravinsky e Cartier-Breson. Doutorou-se em biologia molecular e trabalhou com um nobel da Medicina. Mas, aos 26 anos, percebeu que isto não era suficiente. Que os génios que o rodeavam podiam ter cérebros iluminados, mas isso não aumentava as suas qualidades humanas. Trocou então a ciência pela espiritualidade e rumou aos Himalaias. Estudou com alguns dos maiores guias do budismo e hoje é tradutor e braço direito de Dalai Lama. Pelo meio arranja ainda tempo para fotografar, escrever livros e com isso angariar dinheiro para o projeto humanitário Karuna Shechen, que ajuda mais de 90 mil pessoas (clique aqui para saber como pode colaborar).

Agora, com 65 anos e mais de 10 mil horas de meditação, voltou à ciência como objeto de estudo e foi monitorizado com 256 sensores colados na cabeça, que mediram a actividade do córtex pré-frontal do seu cérebro. A escala de felicidade, criada para a investigação da Universidade de Wisconsin e testada em centenas de outras pessoas, ia de um mínimo de felicidade, +0.3, ao máximo de -0.3. Matthieu Ricard atingiu -0.45. Em suma, em estado contemplativo, o monge conseguiu um equilíbrio entre emoções jamais visto, com um claro desvio para as positivas, como o entusiasmo e a alegria, que anulavam as negativas, como o medo e a ansiedade. Foi considerado o homem mais feliz do mundo.
Com traje budista, ténis desportivos e sorriso aberto, encontrámo-lo no II Congresso Internacional da Felicidade Coca-Cola, em Madrid.

Cinco perguntas a Matthieu Ricard:


 Foi considerado o homem mais feliz do mundo. Qual é o seu segredo?
(risos) Não, isso não é bem assim.Mas posso dar alguns conselhos sobre as pessoas em geral. Primeiro há que se reconhecer que quer ser feliz. Acima de tudo não devemos negligenciar as nossas emoções, o nosso interior. Egoísmo, arrogância, agressividade são tudo sentimentos que nos fazem sentir mal, que controlam as nossas mentes e impedem a nossa felicidade. Não são sentimentos que nos sejam impostos, nós somos os responsáveis por eles e toda a gente sabe o mal que nos fazem. A verdade é que nós podemos treinar a nossa mente. Não interessa o que se passa cá fora, o nosso controlo aí é muito limitado. Já lá dentro só depende de nós.

Temos de pôr de lado os prazeres mundanos para sermos felizes?
Não há mal nenhum no prazer. Mas o prazer não tem nada a ver com felicidade. Imagine por exemplo um banho quente. Se viermos gelados da rua e nos pusermos debaixo de água quente, sabe maravilhosamente. Mas se ficarmos lá 24 horas, é insuportável. Tal como a música alta. Um bocadinho é bom, 24 horas pode ser tortura. Aliás, é um dos métodos usados em Guantanamo. Viver apenas de prazer deixa-nos exaustos. A felicidade é uma forma de estar na vida, não é apenas uma sensação momentânea.

Durante décadas, muitos psicólogos defenderam que nos devemos focar mais no "eu". Já você tem uma visão totalmente contrária. Afinal quem tem razão?
Essa é uma visão muito estúpida. É óbvio que devemos pensar em nós próprios, mas não devemos passar o dia focados no "eu, eu, eu". Que forma mais aborrecida de viver! O individualismo e o egoísmo destroem a felicidade. Essa ideia de que primeiro vou tomar conta de mim e depois, se me sentir bem, é que me dedico aos outros, não funciona. É uma atitude em que todos têm a perder. Parte de treinar a mente está em amar os outros, preocuparmo-nos com os outros, dar aos outros e aí a felicidade será conjunta. Dar e receber é uma bola de neve. Mas atenção: preocuparmo-nos connosco, gostarmos de nós, é importante. Só não pode é ser feito de forma narcísica.

Estamos no meio de uma profunda crise económica. Ainda há pouco tempo um homem suicidou-se em frente ao Parlamento grego por causa da falta de dinheiro. Nestas condições, como é que podemos ser felizes?
Se ligarmos a felicidade exclusivamente ao dinheiro nunca conseguiremos. Há muitas coisas supérfluas nas nossas vidas. Coisas de que não precisamos. Passamos a vida a tentar ter essas coisas materiais e se não as temos sentimo-nos miseráveis. Mas realmente precisamos delas? De tanto luxo?

E quando se deixa de ter dinheiro para pagar as contas? Não é uma questão de luxo...
Viver de forma mais simples não significa que tenhamos de voltar a viver na floresta. Mas não podemos nós mudar o estilo de vida e viver com menos? Essenciais são a amizade, a paz, a sensação de ter o coração cheio, de que cada momento vale a pena ser vivido. Está mais do que estudado - e atenção que não falo de ensinamentos budistas - que quanto maior o nível de consumismo, menor é a felicidade que se alcança.

(Leia a entrevista completa na próxima edição da Revista do Expresso, nas bancas a partir de sábado, dia 28 de abril)".

quinta-feira, 26 de abril de 2012

"Às vezes oiço passar o vento, e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido"
 Fernando Pessoa

segunda-feira, 23 de abril de 2012

my footprints


"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê!"
Florbela Espanca

domingo, 15 de abril de 2012

olhares de Luanda - foto flipvinagre

Digo, apesar de tudo, a sós comigo: sei porque escrevo; (...)

Amanheceu. O mundo é verdade. Sim, sim, é palpável.

[eugène ionesco, a busca intermitente]

venda de pintura numa praia da Ilha de Luanda - foto flipvinagre

Pululam pelas praias da Ilha vendedores de produtos diversos, fatos de banho, diversos artigos de praia, tecidos africanos, óculos, relógios(contrafeitos, é claro), bens alimentícios (com especial relevo para o amendoim, que aqui dá pelo nome de jinguba) e artesanato, este de uma qualidade particular, mas a preço elevado, sujeito, no entanto, a oscilação se o comprador regatear. Enfim, uma oferta variada de produtos para quem gosta disto ou daquilo. Este domingo, o interessante mesmo, foi ver um casal de chineses a passear-se pela beirinha do mar, sob a sua sombrinha, o Sol directo parece não ser muito do seu agrado... chinesices, direi eu :-)

domingo, 8 de abril de 2012

paisagem que se avista da Quissama (aos nossos pés o rio Kwanza) - foto flipvinagre

Há um conto Taoísta sobre um velho fazendeiro que trabalhou seu campo por muitos anos.
Um dia o seu cavalo fugiu.
Ao saber da notícia, os seus vizinhos vieram visitá-lo. Que má sorte! disseram solidariamente.

Talvez, o fazendeiro calmamente replicou.

Na manhã seguinte o cavalo retornou , trazendo com ele três outros cavalos selvagens.

_ Que maravilhoso! os vizinhos exclamaram.
_Talvez, replicou o velho homem.

No dia seguinte , o filho tentou domar um dos cavalos , foi derrubado e quebrou a perna. Os vizinhos novamente vieram para oferecer sua simpatia pela má fortuna.
_ Que pena , disseram.
_Talvez, respondeu o fazendeiro.

No dia seguinte , os militares vieram à vila para convocar todos os jovens para o serviço obrigatório no exército , que iria entrar em guerra. Vendo que o filho do velho homem estava com a perna quebrada , eles dispensaram-no.
Os vizinhos congratularam o fazendeiro pela forma como as coisas se tinham virado a seu favor. O velho olhou-os , e com um leve sorriso disse suavemente . . .

_ Talvez ...

Contos Zen

Só os que se encontram no caminho da Sabedoria não têm certezas.

na Praia de Cabo Ledo - foto flipvinagre

Cabo Ledo é uma larga enseada situada na província do Bengo, em pleno Parque Nacional de Quissama, Angola.

A 120 km a sul da cidade de Luanda, a amplidão das praias de águas límpidas do Cabo Ledo, a beleza das imensas falésias no entorno de uma extensa faixa de areia branca tornam este um local deslumbrante, também propício à prática da pesca e do surf.

O Cabo Ledo possui, também, um inestimável valor histórico, pois em 1648 aqui desembarcou a frota que, vinda do Brasil, recuperou Angola para o domínio português, após sete anos sob dominação holandesa. (in Wikipedia).

É bom de estar, acreditem..

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Girafas no Parque Nacional da Quissama, Luanda, Angola-foto flipvinagre

Parque Nacional da Quissama

Origem - Estabelecido como Reserva de Caça a 16-04-1938.
Classificação - Parque Nacional, II, desde 11-04-1957.
Localização - Norte de Angola, a 75 kilómetros de Luanda, entre o Oceano Atlântico, o rio Cuanza e o rio Longa.
Área - Ocupa 9.600 Km².
Limites Geográficos - 09 09' a 10 23' de Latitude Sul e 13 09' a 14 08' de Longitude Este.
Limites Naturais - Limitado a Norte pelo Rio Cuanza desde a Muxima até ao mar, a Sul pelo Rio Longa desde a estrada Mumbondo-Capolo até ao mar, a Oeste pela linha da costa entre a foz do rio Cuanza e a foz do Rio Longa e, a Leste, pela estrada que vai da Muxima, Demba-Chio, Mumbondo e Capolo até ao Rio Longa.
Descrição - A vegetação varia muito das margens do Cuanza para o interior do Parque, com mangais, floresta densa, mosaico floresta-savana, floresta aberta e mata tropical seca com cactos e imbondeiros.
Não é de estranhar que uma tal variedade de vegetação resulte numa fauna abundante e variada. Existem Manatins Africanos (
Trichechus senegalensis), Palancas vermelhas (Equinus de Hippotragus), Talapoins (Miopithecus talapoin) e Tartarugas marinhas. Existe também uma grande variedade de aves.

Visitantes - O Parque conta com um estabelecimento para visitantes junto ao Rio Cuanza, uma Pousada e vários bungalows. Está prevista a criação de um establecimento de luxo orientado para a pesca desportiva, a praia, cruzeiros no Cuanza, etc." (Leia e veja mais aqui)

Vale bem a pena uma visita, um bem para a alma, um bálsamo para o nosso bem estar.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Luanda vista do Clube Naval - foto flipvinagre

"Eu estava dormindo e me acordaram
E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!"

Mário Quintana

domingo, 1 de abril de 2012

Polaroid no "Café del Mar", Ilha do Cabo - Luanda - foto flipvinagre

Parece às vezes que desperto e me pergunto o que vivi; Fui claro, fui real, é certo, mas como é que cheguei aqui? A bebedeira às vezes dá uma assombrosa lucidez em que como outro a gente está. Estive ébrio sem beber talvez. E de aí, se pensar, o mundo não será feito só de gente no fundo cheia de este fundo de existir clara e èbriamente? Entendo, como um carrocel; Giro em meu torno sem me achar... (Vou escrever isto num papel para ninguém me acreditar...)”

Fernando Pessoa