“ Há uns segundos breves, na vida de todos os dias que não padeçam de nevoeiro ou chuva, em que o Sol, no seu poente, como que acenando um derradeiro adeus em beleza, matiza céu e terra de cor-de-rosa.
É um instante fugaz, indeterminado, alheio ao mecanismo monótono dos ponteiros do relógio; mas, para aquele homem, que talvez fosse poeta, conquanto não soubesse fazer versos, esse momento cor-de-rosa na vida do mundo ocupava todas as horas do dia, antes na expectativa, depois na recordação.”
António Victorino D'Almeida in “Os Devoradores de Livros”
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