"A poesia é uma espécie de salvação. Nela afasto-me de tudo, para voltar a aproximar-me, de uma forma muito mais profunda".
Tonino Guerra
(poeta italiano que nos deixou no dia mundial da Poesia, aos 92 anos de idade)
A minha homenagem sentida a um grande humorista. Vítima de um acidente vascular cerebral em sua casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, morreu na madrugada desta quarta-feira, aos 88 anos, e escritor e cartunista Millôr Fernandes. Millor era também jornalista, escritor, ilustrador, dramaturgo, fabulista, calígrafo, tradutor de Shakespeare, Molière e Brecht. Era casado e tinha dois filhos.
"A sátira é mais eficaz do que o panfleto: a agressão é incómoda, penosa, por isso quase sempre esquecida. A piada dá prazer, ela pede para ser repetida e multiplicada. Adolf Hitler ficou furioso quando viu O Grande Ditador de Charles Chaplin, Charlot. O poderoso Fuhrer não temia ser combatido mas apavorava-se em ser ridicularizado."
Até sempre Millor, e obrigado pelos bons momentos.
O escritor italiano Antonio Tabucchi faleceu aos 68 anos, em Lisboa, após uma longa doença, informou neste domingo o tradutor de sua obra para o francês, Bernard Comment. Considerado um dos maiores autores italianos contemporâneos, Antonio Tabucchi escreveu obras como "Afirma Pereira" e "O Tempo Envelhece Depressa". Autor de mais de 20 livros traduzidos para quase 40 idiomas, este romancista, professor universitário e ensaísta era o principal tradutor e promotor da obra do escritor português Fernando Pessoa em italiano.
Conta-se que um dia, estando ele como adido cultural em Espanha, encontrou numa estação um pequeno livro, de um tal Álvaro de Campos, intitulado de Bureau de Tabac. Comprou, leu, e pediu imediatamente transferência para Lisboa que viria a ser, em boa parte, como para Fernando Pessoa, o seu «lar» - onde morreu hoje e vai ser sepultado. Com a esposa, traduziram para italiano a Poesia de Fernando Pessoa - com o título Una sola multitudine. Pessoa, de resto, teria influência sobre a sua própria obra romanesca. Um dos seus livros, Afirma Pereira daria lugar a um filme de Manoel de Oliveira, em que participou, entre outros, Marcello Mastroiani - que seria o seu último filme.
A minha homenagem.
Lívio Morais, um pintor moçambicano a residir em Portugal há mais de 30 anos, tem tido sucesso pelo mundo fora, mas confessa que o seu maior sonho era ser conhecido no seu país.
Por Manuela Ferreira
da Agência Lusa
«O meu país ainda não me conhece. Penso que, quando isso acontecer, terá outra maneira de se aproximar de mim, porque eu estou a fazer tudo por isso. Gostaria que o meu país se orgulhasse daquilo que eu faço e que já é muito conhecido cá fora», disse à Agência Lusa o pintor moçambicano.
O drama de Lívio de Morais é o mesmo de milhares de artistas africanos que deixam os seus países para trás para aperfeiçoarem os seus conhecimentos, evoluindo mais depressa do que aqueles que deixaram na sua aldeia, pelo que acabam por não ser compreendidos por eles.
Quando, em 1986, o escritor nigeriano Wole Soyinka recebeu o Prémio Nobel da Literatura, uma jornalista perguntou-lhe o que mais poderia ele querer.
O galardoado respondeu que estava por realizar o seu maior sonho: que a mãe, que continuava a viver na sua aldeia natal, Abeokuta, pudesse ler um livro seu, o que não era fácil porque ele escrevia em inglês, idioma que ela nunca dominara.
Mas se Lívio de Morais não é muito conhecido em Moçambique, é uma presença constante em exposições de Norte a Sul de Portugal, a última das quais em Vila do Conde.
Expôs também em Espanha, Alemanha, Canadá e mesmo Moçambique. (Leia mais aqui)
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