quinta-feira, 17 de novembro de 2011

As coisas na U.E. não vão bem, a crise económica estendeu-se e é evidente a sua repercussão no campo social, onde começa a ser questionada a legitimidade dos que foram eleitos por essa europa toda e as medidas que são tomadas ...O caso actual é o da Grécia, que, esperemos, não tenha reflexo neste nosso cantinho à beira-mar plantado.
A propósito, li na Pública um artigo de opinião do jornalista Paulo Moura e que aqui transcrevo:

“Para muitos gregos, o que têm feito vão continuar a fazer, ainda com mais convicção: não pagam impostos. A impunidade está garantida pela falta de dinheiro ou bens. Quando não se tem nada, o que nos podem tirar?

Há um poder enorme conferido pela pobreza. Ainda maior quando se descobre que se pode viver feliz com muito pouco.O Governo está a incluir impostos nas contas da electricidade. E a cortar o abastecimento a quem deixa de pagar. Em resposta, organizou-se um movimento, apoiado pelos sindicatos, para fazer ligações directas aos postes e centrais.

A desobediência está a alastrar-se. Com uma certa volúpia. As pessoas têm prazer em não cumprir nada. Em Atenas, fuma-se em todos os cafés, bares, restaurantes, locais de trabalho, apesar da lei que o proíbe. Os motociclistas circulam com o capacete debaixo do braço.Há um limite abaixo do qual ninguém aceita viver.

A felicidade não se pode impor por decreto, mas a infelicidade também não. Se o contrato social deixa de servir a uma das partes, quebra-se, como qualquer contrato. A ideia de que uma geração pode ser sacrificada é absurda por definição. Sacrificada a quê?

Ninguém entende como podem os gregos viver submetidos a tanta pressão. Pois a explicação é esta: à margem das notícias, eles já estão a libertar-se”.

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