sábado, 8 de novembro de 2008
“Disse-me que havia inventado uma máquina capaz de produzir arcos-íris. A referida máquina, assegurou-nos, tinha capacidade para produzir não apenas arcos-íris normais mas também duplos e triplos, e até alguns invertidos ou enrolados nas pontas. A estes últimos ele deu o nome de «arcos-íris perversos», creio que partindo da etimologia da palavra perverso, virado às avessas, e não por supor que tais fantasias coloridas fossem capazes de atentar contra a moral pública e os bons costumes”.
(José Eduardo Agualusa in As Mulheres do Meu Pai)
Gostava imenso de possuir uma máquina de produzir arcos-íris, dar cor a todos os recantos do planeta, exportar pequenos pedaços para sítios obscuros e pardacentos, conceder privilégios sobre esta e aquela cor para efeitos benéficos diversos, colorir até parlamentos e governos, acho que teria muita clientela e trabalho não faltaria.
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