"A filosofia desceu ao Metro
por Ferreira Fernandes
Esta semana, o metropolitano de Londres começou a prestar um novo serviço: frases. Além das informações práticas - do género da nossa "Próxima paragem, Marquês de Pombal" -, os altifalantes londrinos debitam sabedorias de gente célebre ou provérbios de povos longínquos. Passou a ouvir-se: "A vida é mais do que aumentar a velocidade", de Mahatma Ghandi. E: "Nunca critiques um homem até andares uma milha nos seus mocassins", de uma tribo índia americana. O artista que vendeu a ideia à administração do Metro londrino acredita no género humano e acha-o disponível para ouvir mais do que o prudente (porque os cais londrinos, às vezes, não se chegam ao comboio) "Atenção ao buraco." A escolha das frases célebres implica algum exercício de bom senso, daí se ter proibido a frase de Sartre "O Inferno são os outros" porque o comboio pode estar parado num túnel e com as carruagens cheias. Eu aconselharia também que nunca se usasse "A luz ao fundo do túnel pode ser de um trem vindo em sentido contrário" (de Robert Lowell). Por outro lado, devia repetir-se a frase imortal de Chesterton: "A melhor maneira de apanhar um comboio é perder o anterior."
Parece que estou a ouvir "Mind the Gap, Mind the Gap" and just like Winston Churchill said " Attitude is a little thing that makes a big difference".
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2 comentários:
Muito interessante, Flip. Talvez «empacote» um bocadinho a cultura (ou a filosofia), mas é interessante. Outra seria a divulgação de obras de arte; reproduzir nas galerias do metro, galerias de museus... ;-)
Luísa
sem dúvida...o que se vê naquela cidade e noutras, os músicos de rua, em Paris os artistas a pintar...nós não fazemos nada, anda tudo adormecido, uma pena não é? Podíamos fazer tanta coisa....falta de estímulo, iniciativa, cultura, enfim, esperemos por melhores dias
:-)
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