domingo, 17 de maio de 2009


Chegavam na 2ª Feira, bem cedo, após 300 km de estrada. Tinham pela frente uma semana de trabalho. Só regressavam a casa na 6ª Feira a meio da tarde.
Eram todos casados mas não desdenhavam um belo par de pernas, uma cara bonita, um corpo esbelto. Coisa de machos. Porém, não era ali que encontravam espécime algum objecto de deslumbramento, apenas uma senhora de meia idade e sem grandes atributos físicos trabalhava naquele local.
À 2ª Feira, o comentário geral era de que a senhora, realmente, era feiíta, a natureza não tinha sido pródiga naquela mulher. À 3ª Feira, o comentário era de que ela até tinha um nariz bonitinho e uma voz meiga e doce, era simpática. À 4ª Feira melhoravam-lhe o andar, era feminina e, por isso, interessante. À 5ª Feira já lhe viam uns olhos esverdeados grandes, uma boca sensual, enfim, afinal ela até tinha o seu quê de engraçada. À 6ª feira a opinião era unânime, ela era um portento de mulher, toda ela era um pedaço. Nesse dia todos se despediam dela com um beijinho, exibindo também sorrisos de fim duvidoso, regressando a casa, rapidamente.