terça-feira, 10 de junho de 2008

Hoje, as autoridades e as instituições comemoram o dia de Portugal, com discursos plenos de intenções mas sem concretização prática alguma, o costume...o povo, esse, não tem motivos para comemorar nada, continua refém das promessas, continua imbecilmente a dar o seu voto para continuar na mesma, resignado e macambúzio, falando para dentro de si próprio, amaldiçoando a sua sorte e os que lhe traçam o destino, por isso uma larga maioria esquece o sentido da data, a profundidade de ser português e um dever cívico de participação...mas, a bem ver, que motivos lhe sobram para comemorações? Abril trouxe muita coisa, mas há algo muito importante que falta mudar neste povo, a mentalidade e a exigência de responsabilidade de quem nos governa.
E assim, neste momento, lembro o que de melhor há em Portugal:
"Numa hora como estas, vazia e imponderável, apraz-me conduzir voluntariamente o pensamento para uma meditação que nada seja, mas que retenha, na sua limpidez de nula, qualquer coisa da frieza erma do dia esclarecido, com o fundo negro ao longe, e certas instituições, como gaivotas, evocando por contraste o mistério de tudo em grande negrume."

Livro do Desassossego
Fernando Pessoa

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