domingo, 3 de agosto de 2008



Com o "Magalhães", o primeiro pc portátil produzido em Portugal, estamos no bom caminho. O futuro parece promissor. O Governo português quer disponibilizar já no próximo ano 500 mil portáteis para os alunos do Primeiro Ciclo.

O "Magalhães" é baseado na segunda versão Classmate da Intel, o portátil desenvolvido especificamente para o mercado da educação pela gigante de semicondutores. A JP Sá Couto e a Prológica constituiram uma ACE, de nome YOUTSU com o objectivo de responder com recursos nacionais ao programa e-escolas e agora formaliza também a parceria com a Elitgroup Computer Systems (ECS) trazendo para Portugal o know how de produção do Classmate da Intel e uma rede de produção de notebooks que esta implementada quase exclusivamente em países asiáticos. O projecto Magalhães cria em Portugal uma ODM (Original Design Manufacture) que pela primeira vez vai produzir no país notebooks e é uma das primeiras fábricas do género na Europa. No início apenas 30 por cento da tecnologia incorporada é nacional mas até final do ano será 100%, tirando o microprocessador da Intel. A intenção da joint venture JP Sá Couto/Prológica, com o parceiro internacional Intel, é exportar a tecnologia e os equipamentos, e a Venezuela pode ser um desses primeiros destinos.

O custo de produção do "Magalhães" será de 180 euros, mas os encarregados de educação não terão de dispender essa verba. Os pais dos alunos do ensino básico que não estão abrangidos pela acção social vão pagar 50 euros pelo portátil "Magalhães". O portátil made in Portugal será gratuito para os alunos abrangidos pelo primeiro escalão da acção social escolar. Os alunos inscritos no segundo escalão pagam 20 euros.

Contudo, a ideia do consócio é produzi-lo em massa para todo o mundo, constituindo-nos desta forma como país exportador de computadores.

Uma óptima notícia. mais ideias destas são urgentes.
Porém, por email, recebi a novidade do logro...só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro.

O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da
responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de
baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo
através da Amazon.

As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o
"Magalhães" é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não
é verdade. Felizmente, existem alguns blogues atentos. Na imprensa
escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal
Diário: "Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás,esta é já a segunda versão do produto."

Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um
trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de
imprensa do Governo.

A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC. O criador do
MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...

A Intel foi um dos parcceiros até ver o seu concorrente AND ser
escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que
está a tentar impor aos países em desenvolvimento.

Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o
projecto de negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsumanis, tem
assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.Tudo se justifica
em nome de um número de propaganda política terceiro-mundista.

Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto
Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de
fazer perguntas.

*Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não
controla*- esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da
imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância,
seguidismo e preguiça atroz.

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