quinta-feira, 14 de maio de 2009



O que chamamos inveja, não é senão vaidade. Continuamente acusamos a injustiça da fortuna (sorte), e a consideramos ainda mais cega do que o amor, na repartição das felicidades. Desejamos o que os outros possuem, porque nos parece, que tudo o que os outros têm, nós o merecíamos melhor; por isso olhamos com desgosto para as cousas alheias, por nos parecer, que deviam ser nossas: que é isto senão vaidade? Não podemos ver luzimento em outrem, porque imaginamos, que só em nós é próprio: cuidamos, que a grandeza só em nós fica sendo natural, e nos mais violenta: o esplendor alheio passa no nosso conceito por desordem do acaso, e por miséria do tempo.

Mathias Aires,in Reflexões sobre a Vaidade dos Homens

2 comentários:

Luísa A. disse...

Costumamos, nestes casos, usar a expressão: «dá Deus nozes a quem não tem dentes». Será vaidade ou gula, Flip? :-)

Flip disse...

Luísa
pois...um pouco de ambas, talvez
:-)