sábado, 17 de outubro de 2009
“Ao longe explodiu um polvorim, uma espécie de cogumelo de fogo que iluminou as nuvens cizentas que se abatiam sobre Sbodonovo, e o estampido chegou um pouco mais tarde, amortecido pela distância. Uma coisa tipo tuum-pumba surdo que fez estremecer as plumas nos chapéus dos marechais, generais e ajudantes-de-campo em redor do Anão. O marechal Lafleur, que nesse momento olhava pelo óculo, garantiu que no topo do cogumelo se viam figurinhas humanas, mas Lafleur tinha fama de exagerado, de modo que ninguém fez caso. De qualquer forma, a pancada tinha sido tremenda.
- São russos ou dos nossos? – indagou o Ilustre, interessado.
- Russos, sire – esclareceu alguém.
- Nesse caso que se lixem. “
Arturo Perez-Réverte in “A Sombra da Águia” (ao mesmo tempo divertido e trágico, A Sombra da Águia revela-nos uma visão mordaz e descarnada da guerra e da condição humana. Uma pequena pérola com a assinatura do mais importante escritor espanhol da actualidade – que se recomenda).
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2 comentários:
Recomenda-se, concordo, Flip. O que já li dele agradou-me sempre. Um escritor sofisticado. ;-)
Luísa
adorei o livro, a escrita, o humor, sim, vale a pena :-)
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