sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Eu aprendi...
...que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso;

William Shakespeare

Resta-me pouca luz para escrever. Nem sei se o faça, não se vê praticamente nada. Mas se não o faço agora, esqueço-me do que queria escrever, nunca mais esses pensamentos que tenho agora à mão porei por escrito.
E se isto tivesse acontecido a Camões, a Pessoa, a Dante ou Shakespeare, entre tantos outros? Quantas coisas eles terão ficado por nos dizer, por escrever, por transmitir.
Felizmente aconteceu-me só a mim...

vista parcial do jardim do Casino, Estoril

Se há coisa que não aprecio mesmo nada, é o riso ou o sorriso das segundas figuras, sejam elas da política ou de qualquer outra parte, de um governo ou de uma empresa, por exemplo, cheira-me a riso ou sorriso forçado, fingido, cínico, subserviente, de favor, calculista, hipócrita, teatral, miserável, bajulador, amarelo, traiçoeiro, tudo isto e muito mais, pois adaptam-se perfeitamente às ocasiões, sejam elas quais forem.

A seguir sou eu sim?

Angola novamente alvo de notícias duvidosas...


O diário "Público" apresenta hoje em manchete este grande escândalo que envolveu, entre muitos contornos obscuros, o pagamento de comissões de 54 milhões de dólares por negócios ilícitos durante o período de embargo de armamento a Angola.
Mais de 21 milhões de dólares recebidos por altos responsáveis do regime angolano no negócio ilícito da venda de armas da Rússia a Angola passaram por bancos portugueses. Os dados constam da lista de transferências bancárias do caso Angolagate, cujo julgamento começou em França no dia 6 de Outubro e que envolve altas figuras do Estado francês."

Tudo isto é triste...
Devido às quebras de bancos, queda nas bolsas, cortes no orçamento, à ameaça de recessão mundial e à crise iminente dos combustíveis, informamos que a famosa luz no fim do túnel está temporariamente desligada.

uma boa entrevista, na "Visão"

Excertos da entrevista de Maria Filomena Mónica (socióloga e professora universitária, investigadora, casada com o também sociólogo e investigador António Barreto), à "Visão", uma pessoa muito coerente, lúcida e esclarecida, comme il faut:
...
"E José Sócrates, arrepia-a?

Não gosto dele, mas não me arrepia. É um pequeno tecnocrata. Nunca tive esperanças nele, sempre o achei um bocado irritante, porque está convencido de que é melhor do que é. E não é muito bom. Usou o truque do «quero, posso e mando», coisa de que os portugueses até gostam e os capitalistas precisam. Não me desiludiu. Já com o Santana Lopes, esperava rir-me imenso, mas, passada uma semana, já não lhe achava graça nenhuma...
...
Mas tem políticos-ódio-de-estimação?

Não sei... Deixei de ver televisão ha dois anos. Mais do que o Governo, chocam-me os deputados. Ninguém sabe quem são. Nem têm liberdade de voto, como no caso do casamento homossexual... Assim, bastavam cinco deputados, um de cada partido, com uma determinada quota de votos, proporcional ao resultado eleitoral. E pronto, poupava-se um dinheirão. Mais: a função nobre dos parlamentares é vigiarem o que os governos andam a fazer. E não se passa nada disso. E lêem papéis! Eu não oiço o discurso de um tribuno que lê um papel.
...
Ao invocar a superioridade ocidental ainda será acusada de xenofobia...

Esto a falar em on e consciente do que digo. Os valores que derivam da tradição iluminista, a razão, a liberdade individual e o Estado de Direito são superiores, na constituição da sociedade, aos valores que regem as sociedades islâmicas, em que não há separação entre o poder político e o religioso. Isto não tem a ver com raças nem xenofobia. Mas com a organização das sociedades."

Exactamente...

hoje, na imprensa...

Lê-se nos media. O general Loureiro dos Santos chamou à atenção para o desespero que se está a apoderar de alguns militares e alertou para a possibilidade de algumas atitudes que podem pôr em causa a democracia portuguesa.
Se fossem só eles!!! Mas há formas de reivindicar a satisfação dos nossos direitos e regalias, posso até concordar com o conteúdo, mas não com a forma, um lapso meu caro general, soa quase a coação, vivemos numa democracia caramba!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Felicidade eterna

" Antigamente todos os contos para crianças terminavam com a mesma frase, e foram felizes para sempre, isto depois de o Príncipe casar com a Princesa e de terem muitos filhos. Na vida, é claro, nenhum enredo remata assim. As Princesas casam com os guarda-costas, casam com os trapezistas, a vida continua, e os dois são infelizes até que se separam. Anos mais tarde, como todos nós, morrem. Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre.

José Eduardo Agualusa, in 'O Vendedor de Passados"

E isto porque a infância é tempo de inocência, é o momento de nos fazerem acreditar que tudo é um mundo de rosas, isto para alguns, claro, para muitas outras crianças “isto” nem sequer se passa e há muitas outras que só tomam contacto com “isto” após serem eles próprios pais/mães e dão aos filhos tudo o que não tiveram, diria que aqui se trata de uma compensação espelhada. Por isso se diz e bem que o melhor do mundo são as crianças, e sê-lo-ão sempre, e se fossem todas tanto melhor...bom, mas aí acho que estaríamos no paraíso.

Van Dog, hoje, dia de chuva!!!!

vista parcial do Farol Design Hotel, de Cascais - com céu azul, lindo, para contrariar o dia de chuva que hoje quis vingar

A chuva não parava, o vento até nem se notava mas, de repente, senti uma picada enorme nas costas, fiquei como uma estátua, imóvel, suportando aquela dor aguda que quase me fez ver estrelas. Voltei-me para trás, queria ver o(s) autor(es) ou autora(s) de tão grave cometimento, e vejo precisamente a estrela que me tocara. Ela esboçava um sorriso escondido com a mão, os olhos cor de mel, rasgados, estavam camuflados no meio de umas enormes sobrancelhas negras, eram lindos e acompanhavam a mímica da mão e do sorriso, pediu-me desculpa. De nada, não tem de quê disse-lhe eu enquanto me esforçava por esconder aquela dorzinha chata. Ela viu o meu fingimento, riu de novo e disse-me, sorrindo, está todo molhado, posso dar-lhe boleia no meu chapéu. Eu aceitei, claro, e passei a detestar menos a chuva. Ah, e também já gosto de chapéus encarnados.

Discover Jerry Playle!
Com a crise que por aí anda, eis o teor da carta que um cliente endereçou ao seu banco:

"Dear Sir,

In view of current developments in the banking market, if one of my cheques is returned marked "insufficient funds", does that refer to you or to me?

Yours faithfully
Joe, the plumber"
Aqui fica um desafio para quem quiser pôr à prova a sua sapiência e ao mesmo tempo divertir-se um pouco.
Dizem que faz parte de um teste realizado num curso da American Airlines.
Na frase seguinte deverá ser colocado UM PONTO FINAL e DUAS VÍRGULAS para que a frase tenha sentido.
A resposta/solução coloquei no 1º comentário. Vá lá, você consegue...


MARIA TOMA BANHO PORQUE SUA MÃE DISSE ELA DÊ-ME A TOALHA.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008


“O Silêncio.
Não, os silêncios.
Poderia escrever um breve ensaio sobre o silêncio. Ou antes, um catálogo de silêncios para boa ilustração dos surdos.
O silêncio que precede as emboscadas;
O silêncio no instante do penálti;
O silêncio de uma marcha fúnebre;
O silêncio dos girassóis;
O silêncio de Deus depois dos massacres;
O silêncio de uma baleia agonizando na praia;
O silêncio das manhãs de domingo numa pequena aldeia do interior do Alentejo;
O silêncio da picareta que matou Trotsky;
O silêncio da noiva antes do sim.
Etc.
Há silêncios plácidos e outros convulsos. Silêncios alegres e outros dramáticos. Há aqueles que cheiram a incenso, e os que tresandam a estrume. Há os que sabem a goiabas maduras; os que se guardam no bolso interior do casaco, juntamente com a fotografia do filho morto; os que andam nus pelas ruas; os silêncios arrogantes e os que pedem esmola.”

José Eduardo Agualusa in “As Mulheres do meu Pai”

Uma enumeração não exaustiva dos silêncios, a que poderíamos adicionar muitos outros, carregados todos eles das mais diversas emoções humanas, espelhando na natureza humana a expressão dos sentidos mais profundos que cada um vivencia. Hoje, apenas quero lembrar o silêncio expresso no sorriso das crianças, com tecto, sem fome, com o carinho e atenção dos pais e amigos, sem atropelos aos seus direitos e à sua liberdade, com o futuro risonho no horizonte, sem qualquer mácula para todos nós.
E tudo isto, porque tive uma infância maravilhosa, graças aos meus Pais, familiares e amigos, a quem presto a minha homenagem.
Filtro triplo

Na Grécia Antiga, Sócrates detinha uma alta reputação e era muito estimado
pelo seu elevado conhecimento.

Um dia, um conhecido do grande filósofo aproximou-se dele e disse:
"Sócrates, sabes o que eu acabei de ouvir àcerca daquele teu amigo?"

"Espera um minuto", respondeu Sócrates, "Antes que me digas alguma coisa,
gostaria de te fazer um teste. Chama-se o "Teste do Filtro Triplo."

"Filtro Triplo?"

"Sim," continuou Sócrates, "antes que me fales do meu amigo talvez fosse
uma boa ideia parar um momento e filtrar aquilo que vais dizer. Por isso é
que eu lhe chamei o "Filtro Triplo."

E continuou:
"O primeiro filtro é VERDADE. Tens a certeza absoluta de que aquilo que me
vais dizer é perfeitamente verdadeiro?"

"Não," disse o homem, "o que acontece é que eu ouvi dizer que..."

"Então," diz Sócrates, "não sabes se é verdade. Passemos ao segundo filtro,
que é BONDADE. O que me vais dizer sobre o meu amigo é bom?"

"Não, muito pelo contrário..."

"Então," continuou Sócrates "queres dizer-me algo mau sobre ele e ainda por
cima nem sabes se é ou não verdadeiro. Mas, bem, pode ser que ainda passes o terceiro filtro.

O último filtro é UTILIDADE.O que me vais dizer sobre o meu amigo será útil
para mim?"

"Não, acho que não..."

"Bem," concluiu Sócrates, se o que me dirás não é nem bom, nem útil e muito menos verdadeiro, para quê dizer-me?"
QUANDO É QUE UM HOMEM DEVE USAR BRINCO:

Um dia, num escritório de arquitectos, um homem reparou que um seu
colega, muito conservador, estava a usar um brinco.

- Não sabia que você gostava desse tipo de coisas - comentou.

- Não é nada de especial, é só um brinco - replicou o colega.

- Há quanto tempo você o usa?

- Desde que a minha mulher o encontrou, no meu carro, na semana passada.

sempre fã desta publicidade estática

O juiz mandou-o sentar-se após lhe ler as acusações que sobre si pendiam no âmbito do processo, tudo conforme os preceitos do código penal, era um juiz muito sisudo, pouco expansivo. Ele alegou que estava inocente, tinham-no confundido certamente com outra pessoa, era alheio aos factos que lhe queriam imputar, só podia, ele era pessoa de bem, tinha boas referências na sociedade e todos lhe queriam bem, era primário, mas você confessou o ilícito disse-lhe o juiz. O arguido ficou amarelo e perguntou, eu? E o juiz mostrou-lhe, a páginas quinze do processo, a sua assinatura na confissão de parte. Meretíssimo, esta assinatura não é minha, por amor de deus, referiu ele com cara de espanto. Como não é sua? O juiz parecia estranhar aquela resposta, tinha os óculos já a cair-lhe do nariz enquanto se inclinava em direcção ao arguido. Não, insistia ele, não assinei nada disso, Sr. Dr. Juiz, eu nem sei assinar ora! O juiz não queria acreditar, mas que raio de processo este, pensava ele, e tudo por causa de meia dúzia de letras.

à espreita, em Sintra
Lei da Gravidade:
Se conseguires manter a frieza quando todos à tua volta estão a perder a cabeça, provavelmente é porque não estás a perceber a gravidade da situação.

Ela apanhava o Bus todos os dias, o 45, ficava mesmo à porta do emprego. Nunca teve qualquer acidente de percurso e já fazia parte até dos passageiros costumeiros, era uma habitué, como os demais era titular do passe L123 que exibia sempre, num gesto já mecanizado. O motorista quase que a tratava por tu e sorria-lhe sempre com ar maroto, ela gostava de fazer o percurso junto dele, iam na laraxa todo o caminho e quando chegava ao destino, em vez de sair pela porta traseira, ela esgueirava-se sempre pela porta da frente, dir-se-ia que já era um direito costumeiro, consuetudinário, aliás, o motorista, a bem da verdade, até já nem olhava para a cor do selo do passe, tal a confiança que depositava nela. Ela ria e já havia deixado de renovar o passe fazia uns bons seis ou sete meses.

terça-feira, 28 de outubro de 2008



"A vida é feita de pequenos nadas" lá diz o Sérgio Godinho, e diz bem, no dia-a-dia o guerreiro precisa do seu pequeno nada, sentar e saborear a brisa que corre e varre o Tejo pode ser um pequeno nada, e sabe tão bem, um nadinha de doces momentos de pausa na luta diária deveria ser obrigatório, consagrado até em legislação imperativa, com força geral e abstracta.


"Disse que havia duas maneira de partir:
uma era ir embora, outra era enlouquecer"

Mia Couto

Deixei o metro no Rossio e propus-me descer a Rua Augusta a pé, tinha a intenção de disfrutar do passeio agradável que é mirar as montras, os transeuntes, ver a azáfama da vendedora de castanhas que enche de fumo a sua presença e tonifica os odores de quem passa à sua beira, recordar aquela distinta e adiantada dama de idade, trajada a rigor, parada no tempo, que todos os dias, à mesma hora, serpenteando a calçada portuguesa, vai bebericar na Pastelaria Brasileira o seu café habitual, ouvir os pregões da vendedora de flores – olh’à rosa linda, ó freguês compre p’rà sua namorada, rever os insistentes vendedores de óculos contrafeitos que incomodam o turista com os seus preços sibilantes e a qualidade única e singular do seu produto, admirar os pintores de rua com os seus quadros de aguarela, olhar o olhar triste dos pedintes e sem abrigo encostados ao passeio com a sua caixa estendida à solidariedade, censurar os incomodativos vendedores de férias em time sharing que pululam entre o segundo e terceiro quarteirões, os chatos dos putos dos inquéritos de rua (o senhor trabalha dentro ou fora de Lisboa?), apreciar aquela dúzia de turistas que sempre param para admirar e fotografar o belo elevador de Santa Justa ou o arco Triunfal que parece abrigar, cá de cima, el-rei D. José I, as lojas de marcas espanholas que substituíram os velhos lojistas nacionais e procuram dar nova vida a um comércio envelhecido e pouco atractivo para o consumidor moderno, parar perante o senhor estátua que hoje encarna o velho Capitão Gancho e mostra as suas qualidades na arte da estética e do mimetismo, mirar de soslaio o velho carteirista em busca da vítima e da melhor oportunidade para salvar o dia, parar junto aos quiosques e espreitar as gordas dos jornais diários...felizmente, penso, não vejo qualquer loja de chineses, mantém-se pois a rua quase nossa, só abdico e condescendo em favor dos espanhóis, são vizinhos e já não guerreamos ao tempo, até os consideramos hermanos, caramba!

hoje sopra um vento forte, traiçoeiro, amigo...(dizem até que há um alerta amarelo, mas não o vejo)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008


Encontrámo-nos no elevador, daqueles elevadores antigos, ainda com duas portas de correr, uma no interior e outra para o exterior. O edifício também era antigo e daí o elevador arcaico, mas servia perfeitamente para subir e descer e poupar o esforço físico aos preguiçosos como eu. Tínhamos ambos acabado de visitar um amigo comum que recuperava de uma intervenção cirúrgica. Já não nos víamos fazia tempo, ela estava mais bonita, tinha casado, disse-me com um sorriso tímido. Não escondi a minha surpresa, pensei de imediato na oportunidade perdida em relação àquela bela mulher. No cofre das minhas cogitações, ela figurava num dos lugares cimeiros como possibilidade futura, acalentava em relação àquela estampa do sexo oposto uma esperança firme, estava convicto de que, quando quisesse, ela cairia nos meus braços.
Enquanto assim discorria em pensamentos, ela abriu a porta e saíu, fez-me um adeus e, encolhendo os ombros, sorriu, com malícia.
Entretanto fechei a porta do elevador e só saí do rés-do-chão quando um cavalheiro me perguntou, asperamente, mas o senhor tá às escuras porquê?


Discover Zero 7!

Uma flor para quem me visita (estátua exposta no Farol Design Hotel, Cascais)
A chicken farmer went to a local bar, sat next to a woman and ordered a glass of champagne.
The woman perked up and said, 'How about that? I just ordered a glass of
champagne, too!'
'What a coincidence'
the farmer said. 'This is a special day for me. I am celebrating.'
This is a special day for me too, I am also celebrating,' said the woman.'
'What a coincidence!'
said the farmer.
As they clinked glasses he added, 'What are you celebrating?'
'My husband and I have been trying to have a child and today my gynaecologist told me that I am pregnant!'
'What a coincidence!'
said the man. 'I'm a chicken farmer and for years all of my hens were infertile, but today they are all laying fertilized eggs.'
'That's great!'said the woman, 'How did your chickens become fertile?'
'I used a different cock,' he replied.
The woman smiled, clinked his glass and said,
'What a coincidence!'

'Não almoçei pensando em você, não jantei pensando em você, agora não consigo dormir porque estou com fome.'

Quinta da Boiça


Quinta da Boiça, Canas de Senhorim, vale a pena...

domingo, 26 de outubro de 2008


No restaurante:
A mulher entra num restaurante e encontra o marido com outra:
- Pode me explicar o que é isto?
E ele responde:
- Só pode ser azar!

o que fazemos por vezes para conseguir uma boa fotografia, a espera pela luz ideal, o sorriso certo, o movimento adequado, a expressão única, o flagrante, os actos históricos, os heróis, os sacrifícios que tudo isto implica, e os fotógrafos de guerra (?) (e aqui incluo tudo o que se possa considerar mau, nefasto, bera, v.g. o contrabando, a contrafacção, a fome, a miséria, o lixo, a escravatura ainda hoje presente aqui e acolá, a exploração dos homem pelo homem, os crimes contra a mulher - v.g. a violência doméstica, a excisão,o tráfico de seres humanos, o tráfico de órgãos,o horror, o crime, a podridão). Felizmente há os que só fotografam o lado bom, mas para aferir do bom temos que saber ver o lado mau. A minha homenagem aos fotógrafos e à sua coragem.

este domingo estou com um sorriso de orelha a orelha. Nem no Dragão o Fêcêpê consegue vencer a jogar com 14...e o segundo golo do Leixões parecia futebol de praia, com seis singelos toques os jogadores do Leixões, sem a bola tocar no chão, deixaram os Fêcêpês a olhar para o ar..., foi lindo!!! Vivó SLB...

Já não me deparava com a beleza de viajar de noite há algum tempo, cheguei até a parar na berma da estrada para contemplar o céu estrelado, era um manto negro sarapintado de brilhantes luzinhas que saltitavam no meu olhar e enchiam a minha alma de um contentamento intrigante, uma admiração incessante, quanta perfeição existe no espaço, o caos inicial parece ir desembocando num plano previamente traçado, pensado ou objecto de uma suposição tão forte quanto plausível de acontecer, tornando real um sonho, orion ali, cassiopeia acolá, tudo é belo, tudo parece perfeito.
Respirei fundo e só na sexta velocidade me dei conta de que ia a infringir o código da estrada, mas tinha uma atenuante, estava a seguir um cometa...


Este sujeito está:

(a) a atravessar a fronteira a salto



(b) a fugir após um assalto a uma bomba de gasolina



(c) escapando das balas dum fazendeiro furioso



(d) a meio de uma dança local



(e) nenhuma das hipóteses









Pensa um pouco...



Vê mais abaixo...









Ah! Pois é...



ÁFRICA TEM DESTAS COISAS!!!
:)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


Há dias vi umas janelas como estas, assim, azuis.
E reparei que a da esquerda está torta, ao passo que a da direita está direitinha, certa, impecável. Isto, do meu ponto de vista, como observador exterior, claro. Mas, se estivesse lá dentro, no interior do que a janela visa proteger, não observaria esta realidade, dificilmente daria conta de que algo estaria errado. Por outro lado, será errado aquela parte da janela estar assim, torta? E porque não a da direita ser aquela que está errada só porque está direitinha, certinha? Ou será que se distingue por si própria só pelo facto de ela estar direita? E porque a tomo como referência para concluir que a outra é que está torta? Mas o azul fica-lhe tão bem...

o último grito em umbrellas para sapatinho de princesa

bem cedo, amanhã, vou de visita à Beira Alta, casa-se um primo, um amigo. Vou lá de tempos a tempos, confesso que não sou muito assíduo, mas a vida não o permite, o fim-de-semana é curto a maioria das vezes e as férias têm planos previamente traçados, mas sempre que posso, vou lá, com enorme prazer e alegria. Foi lá que passei parte da infância, Oliveira do Hospital é uma cidade acolhedora e as suas gentes hospitaleiras, afáveis e muito educadas, não se podem recusar os convites para isto e para aquilo, nada disso, ninguém aceita um não, o não não existe, é palavra inadmissível nas regras da cortesia local e, como tal, às vezes há que correr entre as árvores, tal é já o número de visitas que nos aquecem a garganta e turvam o olhar. Lembro-me sempre de passar pela minha velha escola primária, a pedra continua a mesma, limpa e pintadinha de branco nos meios e nas extremidades, a casa dos avós, agora dos tios, as escadas onde o avô Bento me contava as suas estórias, a velha cozinha onde aguardava junto à brazeira que a avó Catarina me aquecesse a açorda antes de ir para a escola, a velha loja onde o avô Borges me deu a minha primeira bicicleta, azul, resplandecente, cuja cor não deixava gastar, sempre a poli-la noite e dia, o adro da igreja matriz onde pleiteava com os amigos no jogo de futebol ou a ver quem rodava melhor o peão ou ainda quem abafava mais berlindes, local onde, aliás, corri atrás dos primeiros flocos de neve que alguma vez vi na vida, após luta cerrada com as primas para abandonar o aconchego da cama quente. São as saudades que mato e o calor da familia é muito saboroso.

vagueando pelas ruas de Cascais

quinta-feira, 23 de outubro de 2008


"Dançar quer dizer
acima de tudo
comunicar-se,
unir-se,
encontrar-se,
Falar com o próximo
e sobre a profundidade do
seu ser.
Dança é união de pessoa a
pessoa,
de pessoa com o
universo
de pessoa com Deus".
(Maurice Bejart)
Quem me dera...

Quem me dera de tudo dizer
que ainda não tenha sido dito
pôr a descoberto todo o saber
quer em história, lenda ou mito.


Foto Flipvinagre - não, não é Alentejo, é Cascais

A Boeing está preparando um Jato para 1000 passageiros, e que poderá ser o novo modelo de avião para as companhias aéreas, para os próximos 100 anos. A combinação radical do projeto da asa foi desenvolvida pela Boeing, em parceria com a NASA. O enorme avião terá uma extensão da asa de 265 pés, comparados aos 211 pés, do 747( Antigo projeto da Boing ), e é projetado para caber dentro dos terminais recentemente criados para receber o A380 que tem 555 assentos, cujo tamanho é de 262 pés.
O novo 797, é uma resposta direta ao Airbus A380, que já têm mais de 159 encomendas, mas que ainda não levou nenhum passageiro. A Boeing decidiu enterrar seu super projeto do 747 em 2003, depois do pouco interesse mostrado pelas cias aéreas, mas continuou a desenvolver o projeto final do 797, por anos em seu centro de pesquisas em Long Beach, Califórnia.
O Airbus A 380, esteve nos trabalhos desde 1999, e acumulou USD 13 Bilhões em custos de desenvolvimento, o que dá a Boing uma enorme vantagem sobre a Airbus, que está comprometida com o velho modelo tubular de avião, que deverá ser usado por décadas.
Há diversas grandes vantagens no projeto da asa, o principal é a espantosa redução do esforço para a decolagem, que deve ser de 50%, com a redução do peso total em 25%, fazendo com que seja mais eficiente em estimados 33% em relação ao A380, fazendo a Airbus tremer pensando no investimento de USD 13 Bilhões, que já parece duvidoso.
A rigidez elevada do corpo, é um outro fator chave do avião combinado ao projeto da asa, pois reduz a turbulencia e cria menos 'stress' ao corpo do avião o que aumenta a eficiência, dando aos 797, uns tremendos 8800 milhas náuticas, com seus 1000 passageiros que voam confortavelmente em 0.88 mach (velocidade do som ), ou 654 milhas por hora ( + - 1.046 Km/hora), uma enorme vantagem sobre o projeto do A380 da Airbus, (tubo-e-asa ), que voa a 570 mph ( + - 912 Km/h )
(recebido por email)
Em África, todas as manhãs, uma gazela ao acordar, sabe que deve conseguir correr mais do que o leão se se quiser manter viva. Todas as manhãs, o leão acorda e sabe que deverá correr mais do que a gazela se não quiser morrer de fome.
Moral da História:

Pouco importa se és gazela ou leão, quando o sol nascer deves começar a correr.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dicas judaicas de economia

Nº1

O pai judeu falou:
- Isaac já fez?
- Sim, babai.
- Jacob já fez?
- Sim, babai.
- Sarah já fez?
- Sim, babai.
- Raquel já fez?
- Sim, babai.
- Então bode dar a descarga...

Nº 2

- Isaquinho, vai pegar martelo na casa de Abraão.
- Abraão não está, pai.
- Pega martelo na casa de Jacó.
- Jacó emprestou martelo pra Levi.
- Então vai pegar martelo com Levi.
- Levi foi viajar.
- Então pega nossa martelo mesmo!

Nº3

O Isaac foi na zona, escolheu uma menina e foi logo perguntando:
- Quanto?
- 50 reais - responde ela.
- E com sadomasoquismo?
- É para você me bater ou apanhar?
- Para eu te bater!
- E você bate muito?
- Não, só até você devolver o dinheiro!

Nº 4

O judeu convertido vai se confessar:
- Padre, há 20 anos atrás, eu abrigou uma refugiado da guerra. Qual o meu pecado?
- Meu filho, nisso não há pecado, você fez uma caridade!
- Mas, padre, eu cobrar aluguel dele.
- Tem razão, meu filho, isso é pecado! Reze 3 Ave-Marias e um Pai-Nosso...
- Só mais um pergunta, padre! Devo falar pro ela que o guerra acabou?

Nº 5

O Jacob vai colocar um anúncio no jornal.

- Gostaria de colocar um nota fúnebre do morte de meu esposa, diz ao atendente.
- Pois não, quais são os dizeres?
- Sara morreu!
- Só isso? espanta-se o rapaz.
- Sim, Jacob não quer gastar muito.
- Mas o preço mínimo permite até 5 palavras.
- Então coloca: 'Sara morreu. Vendo Monza 94.'

Nº 6

Jacob levou o Jacozinho, seu filho de 6 anos, a um parque de diversões.
Dentre as atrações existia um que chamou em especial a atenção do garoto: 'Vôo panorâmico de helicóptero'.
- Quero levar minha filhinho pra passear, disse Jacob ao piloto.
- São US$ 100,00, foi a resposta.
Lógico que o judeu não aceitou e como o garoto começou a chorar o piloto propôs uma solução:
- Eu levo você e seu filho. Se você não gritar durante o passeio eu não cobro nada.
E assim foi. Durante o vôo o piloto deu rasantes, piruetas, desceu e subiu bruscamente e Jacob, com os olhos arregalados, mudo como uma rocha...
Quando a nave pousou, o piloto perguntou a Jacob:
- Em nenhum momento você deu um pio sequer... não sentiu medo e vontade de gritar?
- Eu sentiu muito medo e quase gritou, principalmente quando a Jacozinho caiu.

recebido por email)

Nicolas Sarkozy está cheio de afectos...(hoje, no "DN")


"Merkel pede que Sarkozy não seja tão afectuoso
Líder alemã detesta os beijos e abraços do líder francês
A chanceler alemã Angela Merkel, que já não tolerava muito bem o beija-mão de Jacques Chirac, fez saber à embaixada alemã em Paris que detesta a maneira afectuosa como Nicolas Sarkozy a cumprimenta: beijos no rosto, abraços, mão no ombro, etc...
Ela detesta que ele a toque e faz questão que o Eliseu saiba disso, escreveu o jornal suíço Le Matin, explicando que a chanceler alemã vai ao ponto de considerar como falta de educação as demonstrações do líder da França. Não é nada pessoal mas sim cultural.

"O toque não faz parte da cultura alemã e muito menos da de Leste", explicou Dorothea Hahn, correspondente na capital francesa do jornal berlinense Die Tageszeitung. Os alemães contentam-se com uma simples saudação, diz a jornalista, com um olhar ou um mero aperto de mão."

Alors Sarko, qu'est-ce que Madame Bruni dit de ça? :)


Discover Stacey Kent!

Num bar "gay" dois homens conhecem-se, Um é jovem e não tem carro e o
outro é menos jovem mas tem carro. Simpatizam um com o outro, O dono
do carro bebe acima da conta, convida o outro para ir até casa dele,
pede-lhe para que seja ele a conduzir. O jovem, ao tirar o carro do
estacionamento, bate no carro da frente, bate no detrás, salta por
cima do passeio e raspa uma das portas no candeeiro. Pergunta o dono
do carro:
-Tens a certeza de que sabes guiar?
-Sei. Só te quis mostrar o meu lado feminino.

(:) as minhas amigas não se zanguem...)

"Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é o que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer.

Sigmund Freud, in 'As Palavras de Freud'"

Praia da Rainha, Cascais,Outubro de 2008 - um Outono brando

Opção alternativa de segurança...
Há tempos fui convidado a dar o meu contributo numa empresa de prestação de serviços, destas novas unidades empresariais do tipo sociedade unipessoal que inundam o mercado com propostas de desempenho aliciante. Para as grandes firmas, obviamente. Trata-se de uma enorme vantagem, pois as grandes empresas poupam vultuosas somas, são as remunerações que deixam de efectuar aos seus trabalhadores, as contribuições sociais inerentes a cada posto de trabalho que deixam de satisfazer, poupança nos gastos com as instalações (o chamado capital fixo), etc etc.

A minha colaboração era temporária, só acedi em “assinar” por dois meses, eventuais renovações do contrato seriam objecto de nova análise e reunião entre as partes.
Verifiquei existir uma enorme legião de gente mais jovem do que eu, rapaziada na casa dos 30/35 anos de idade, aos quais, conforme previamente acordado, daria alguma formação e colaboração pessoal. A empresa seguiria os seus intentos e o seu comércio com aquela força laboral e além de os preparar um pouco melhor nas suas funções, eu próprio teria tarefas a desempenhar.

Cedo verifiquei que estes rapazes e raparigas desenvolviam a sua missão em deficientes condições de trabalho, o espaço era exíguo, o arejamento das instalações era péssimo, o ambiente tornava-se por isso pesado e hostil a quem quisesse respirar saudavemente, o horário de trabalho prolongava-se para além de umas razoáveis oito horas, chegavam a laborar cerca de onze horas, possuindo pequenos intervalos para as refeições, que quase todos traziam de casa, notando-se, regra geral, nas faces destes prestadores de serviço (pois contrato de trabalho não estava nos planos da empresa, claro) uma quase ausência de boa disposição e de satisfação na cara destes novos escravos dos senhores que só e apenas visam um objectivo, o máximo de lucro com o menor custo possível. Dir-se-ia que só ali estão porque não arranjam nada melhor e vão aguentando até melhores dias e melhor oprtunidades lhes bater à porta.

Quase todos eram licenciados. A sua remuneração era calculada em função da sua produtividade, no mínimo e em caso de não satisfação dos objectivos impostos, era-lhes assegurado o salário mínimo.

Além desta sobrecarga toda, ainda eram objecto de aliciamento para prestarem serviço aos sábados e domingos, ficando a remuneração além do desejável mas, enfim,a vida a isso os obrigava, alguns certamente já possuíam responsabilidades para cumprir e tinham assim que suportar o sabor amargo do sacrifício.

Ao fim de quinze dias, vendo e participando nesta floresta de barbaridades, a minha consciência ditou-me que não podia pactuar com os senhores desta selva e retirei-me.

Há todo um conjunto de circunstâncias anteriores que podem ter levado os empregadores a reagir assim, nomeadamente o uso e abuso no exercício de direitos pelos “trabalhadores”(v.g. assiduidade negativa gera resultados negativos, falta de produtividade etc etc), mas não me vi a conviver e a ser testemunha da exploração do homem pelo homem (e não sou comunista!!!), ainda por cima jovens em início de carreira, cujo futuro já não está só nas suas mãos...

Algo tem de mudar. Eu mudei, e continuo a mudar...

(dando ao dedo...)

terça-feira, 21 de outubro de 2008



Um Dardo para o Flipvinagre

Este modesto Blog recebeu O Prémio Dardos do blogue “O Privilégio dos Caminhos”, que muito agradeço, vou paulatinamente marcando o meu dia-a-dia com isto e aquilo, contribuindo para um espaço de lazer, conhecimento e convívio, partilhando amizade, a antiga e aquela que vai cruzando o caminho percorrido, tudo na esperança de uma web saudável.
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Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

Quem recebe o Prémio Dardos e o aceita deve seguir algumas regras:
1. Exibir a distinta imagem;
2. Linkar o blogue pelo qual recebeu o prémio;
3. Escolher 15 outros blogues a quem entregar o Prémio Dardos.
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São estes belos Blogues os que escolhi:

- Nocturno
- Twice, Three times a
- Uma espécie de mim
- Porto Croft
- Van Dog
- Roxa Xenaider
- A Barbearia do Senhor Luís
- Obvious
- As mulheres adoram saber o que os homens pensam
- Pitigrilli
- Chez03
- Pé de Meia
- A minha Matilde
- Combustões
-Pau Para Toda a Obra

Muitos Parabéns e obrigado por serem Dardos!

na Guia/Cascais, perto da Marina

"Viveu oitenta anos". Não, existiu durante oitenta anos, a menos que digas que ele viveu no mesmo sentido em que falas na vida das árvores. Peço-te insistentemente, Lucílio: façamos com que a nossa vida, à semelhança dos materiais preciosos, valha pouco pelo espaço que ocupa, e muito pelo peso que tem. Avaliemo-la pelos nossos actos, não pelo tempo que dura. Queres saber qual a diferença entre um homem enérgico, que despreza a fortuna, cumpre todos os deveres inerentes à vida humana e assim se alça ao seu supremo bem, e um outro por quem simplesmente passam numerosos anos? O primeiro continua a existir depois da morte, o outro já estava morto antes de morrer! Louvemos, portanto, e incluamos entre os afortunados o homem que soube usar com proveito o tempo, mesmo exíguo, que viveu. Contemplou a verdadeira luz; não foi um como tantos outros; não só viveu, como o fez com vigor".

Séneca, in 'Cartas a Lucílio'

trecho do livro "As mulheres do meu pai" de José Eduardo Agualusa:

"Passo as noites na carrinha. Não tanto para poupar dinheiro, mas simplesmente porque me desagrada a ideia de pagar, por pouco que seja, pelo duvidoso prazer de me estirar numa cama pública a fingir que durmo. Incomoda-me ainda mais a possibilidade de efectivamente cair no sono, e sonhar os restos dos sonhos que alguém deixou para trás. Os colchões das camas de hotéis, sobretudo de hotéis baratos, acumulam no geral resíduos de sonhos rápidos, mal sonhados, não sendo de excluir a possibilidade de se contrair um ou outro pesadelo tresmalhado. Conhecem promiscuidade maior do que sonhar um sonho em segunda mão?"

Adorei este trecho e a causa e consequência de dormir (no caso) num hotel barato. Realmente, sonhar um sonho usado é desagradável, tão ou tanto como permanecer num hotel barato.
Saudades, entre outros, do "meu" Thistle Westminster Hotel/London, onde sonhava com os passeios no "Thames" com a filha mais bela da rainha, mesmo ali ao lado, no Buckingham Palace :)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

estamos em Outubro e o calor ainda aí está, o sol continua quentinho e é difícil resistir ao chamamento...

uma questão de prioridades na vida...

Não tinha em mente acompanhar o meu amigo ao lar da avó, mas ele insistiu, é só um bocadinho, e não pude dizer que não. Ao entrar, sempre seguindo as pisadas do meu amigo, notei no ar um odor a guisado, era notória alguma falta de luz e arejamento, alguns idosos amontoavam-se numa salinha onde o televisor ora lhes abria a vista ora lhes aguçava o sono, alguns circulavam com o seu triciclo pelos corredores ou mesmo por aquela salinha estreita, o olhar no chão, evitando uma queda com consequências desagradáveis, mas todos me pareceram tristes, perguntando-me com o olhar tanta coisa que nem sei descrever. Não consegui continuar a visita, logo comuniquei ao amigo que o aguardaria no exterior, sempre apanhava um bocdinho de sol e fumava um cigarro. Ele condescendeu. Não volto a pisar um lar, ficou-me a sensação penosa de que aquelas doces e frágeis criaturas ali tinham sido armazenados, passando os dias sem qualquer expectativa, carregando uma pena adversa e severa, sem culpa formada, só a velhice lhes era imputável.

(lá está, se me sair o €milhões farei algo mais por eles)

(a espreitar o mar, do Monte(Estoril))