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Ela apanhava o Bus todos os dias, o 45, ficava mesmo à porta do emprego. Nunca teve qualquer acidente de percurso e já fazia parte até dos passageiros costumeiros, era uma habitué, como os demais era titular do passe L123 que exibia sempre, num gesto já mecanizado. O motorista quase que a tratava por tu e sorria-lhe sempre com ar maroto, ela gostava de fazer o percurso junto dele, iam na laraxa todo o caminho e quando chegava ao destino, em vez de sair pela porta traseira, ela esgueirava-se sempre pela porta da frente, dir-se-ia que já era um direito costumeiro, consuetudinário, aliás, o motorista, a bem da verdade, até já nem olhava para a cor do selo do passe, tal a confiança que depositava nela. Ela ria e já havia deixado de renovar o passe fazia uns bons seis ou sete meses.
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