quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Esta Senhora é Maria Keil, artista plástica. Em 1941, via-se a si própria desta maneira. Ela está quase a chegar aos 100 anos de idade. Uma das maiores contribuições de Maria Keil para a azulejaria lisboeta, foi exactamente para o Metropolitano de Lisboa. Para fugir ao figurativo, que não era o desejado pelos arquitectos do Metro, a Maria Keil partiu para o apuramento das formas geométricas que conseguiram, pelo uso da cor e génio da artista, quebrar a monotonia cinzenta das galerias de cimento armado das primeiras 19, sim, dezanove estações de Metropolitano. Maria Keil decidiu oferecer o seu enorme trabalho à cidade de Lisboa e ao seu "jovem" Metropolitano.
Recentemente o Metro de Lisboa decidiu remodelar, modernizar, ampliar, etc, várias das estações mais antigas e não foram de modas. Avançaram para as paredes e sem dizer água vai, picaram-nas sem se dar ao trabalho de (antes) retirar os painéis de azulejos, ou ao incómodo de dar uma palavra que fosse à sua autora.
Mais tarde, depois da obra irremediavelmente destruída, alguém se encarregaria de apresentar umas desculpas esfarrapadas e "compreender" a tristeza da artista. Estão a ver a triste cena hipócrita...pois!
Como se não bastasse este infortúnio, e ao contrário de quase todos os arquitectos, engenheiros, escultores, pintores e quem quer que seja que veja uma sua obra pública alterada ou destruída sem o seu consentimento, Maria Keil não tem direito a qualquer indemnização. Hélas! È verdade, tristemnte mas é verdade, porque, segundo douto parecer e entendimento de alguns juristas, não se torna obrigatório pedir nada, nem indemnizar a autora, de forma nenhuma...exactamente porque ela não cobrou um tostão que fosse pela sua obra!!!
Triste não é? Isto de ser altruísta já teve melhores dias...o mesmo se aplica, claro,a quem superintende nas obras públicas. Enfim, mais um episódio triste aqui da nossa aldeia.
(recebi por email e aqui fica a minha solidariedade, o património e os valores de um povo não se destroem, jamais)
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