Numa aldeia, anuncia-se um espectáculo de equilibrismo. Entre duas casas, a vinte metros de altura, é esticado um fio de aço. As gentes reúnem-se para assistir. Surge o artista. Com grande espanto de todos, é um velhinho muito magro, treme e mal se sustém nas pernas. A multidão, cheia de pena, começa a gritar para que ele não faça o número, ele já não tem idade nem saúde para isso. O velhinho diz:
— Meus amigos, tenho de o fazer, apesar dos meus setenta e cinco anos. A minha mulher está no hospital, eu não tenho reforma, tenho de ganhar algum dinheiro para a ajudar...
Os habitantes da aldeia quotizam-se, exigem que ele não tente o exercício e entregam-lhe um razoável donativo.
— Então, de acordo, meus amigos — diz o velhinho. — Obrigado. Não farei a travessia. Em todo o caso sempre os aviso de que a próxima sessão será às dez e meia da noite.
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