terça-feira, 31 de março de 2009
Praia do Guincho, Cascais - foto flipvinagre
Hoje perguntei ao mar se as ondas lhe faziam cócegas. O mar riu, as ondas que andavam ali por perto riram também. Só a espuma do mar conseguiu falar comigo, ela confessou que não gosta de estar sempre a desaparecer e que a areia a engole sempre que se espreguiça no seu manto, obrigando-a a multiplicar-se vezes sem conta. A areia ouviu e quis tranquilizá-la, só agia assim porque a brancura da espuma a seduzia com o seu movimento serpenteante. A espuma riu e eu afastei-me.
a caminho do Chiado, Lisboa - foto flipvinagre
“Os sábios têm razão quando pensam que os homens de todas as épocas imaginavam saber o que era bom e mau.
Mas é preconceito dos sábios acreditar que agora estamos mais bem informados a respeito do que em qualquer outra época”.
NIETZSCHE,Preconceito Dos Sábios
(...)A quarta saudade é a do contacto da pele: mãos que se apertam e percorrem, afagos que se aventuram, bocas que se encontram, sensações que se sabem de cor e se querem inesgotáveis, corpos à beira de explodir ansiosos, tanta fome e tanta sede, liberdade e pudor, impaciência e timidez, contenção e promessa, tudo a renovar-se e tornar-se ilimitado a cada momento, repassado de uma doçura que nenhumas palavras conseguem descrever.(..)
VASCO GRAÇA MOURA
Escolher as 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. Da América do Sul a África, do Médio Oriente à Ásia, apresentamos a lista dos 22 monumentos de origem portuguesa que a Unesco classificou como Património da Humanidade.
Um ano depois da eleição das 7 Maravilhas de Portugal e da
iniciativa 7 Novas Maravilhas do Mundo, avançamos para a presença
portuguesa no planeta. Há muito para descobrir, redescobrir e eleger até à lista final, cujo resultado será apresentado no próximo ano, a 10 de Junho – Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Aqui fica o link, participe.
7 WONDERS OF PORTUGUESE ORIGIN IN THE WORLD
«They are not stories, they're facts. Portugal is the only country in the world with classified heritage in three separate continents. The 27 chosen monuments are situated in 16 countries and are a reason of pride for all Portuguese people. They represent our courage, our ingeniousness and dedication. Choosing the New 7 Wonders of Portugal is to divulge and protect a heritage that belongs to us but also to all of humanity. Participate, the results will be revealed in a ceremony that will happen on the 10th of June of 2009, the Portugal Day.» Please click here.
segunda-feira, 30 de março de 2009
Gran Torino
De: Clint Eastwood
Actores: Clint Eastwood, Geraldine Hughes, John Carroll Lynch
Drama, Thriller
O protagonista, é Walt Kowalski, um viúvo e reformado que foi operário na Ford toda a vida e combateu na Guerra da Coreia, onde viu e fez coisas de que não quer que haja memória, e ficou na sua velha casa quando todos os americanos das redondezas se foram indo embora enquanto a vizinhança passou a ser de amarelos e pretos (como ele diz, mas em vernáculo), muitos deles pouco recomendáveis.
Pois este homem só, contra tudo e contra todos, acaba por se introduzir na comunidade imigrante e por participar nos bons e maus momentos.Mais não se revela.
“Gran Torino” é como o magnífico carro no título, algo fora de moda, mas imponente, um valor seguro, em que se pode confiar.
A ver.
PARA TODOS OS QUE TÊM DE LIDAR COM CLIENTES IRRITANTES, OU COM PESSOAS QUE SE ACHAM SUPERIORES AOS OUTROS
Aprendamos com uma funcionária da TAP!!!
'Destruamos' um ignorante, de forma original... É tão simples!... Vale a pena ler...
Uma funcionária da TAP, em Lisboa, deveria ganhar um prémio por ter sido esperta, divertida e ter atingido o seu objectivo quando teve que lidar com um passageiro que o que merecia mesmo era voar no porão da bagagem!
Um voo sobrelotado da TAP foi cancelado.
Uma única funcionária, atendia e tentava resolver o problema de uma longa fila de passageiros.
De repente, um indivíduo irritado passou por toda a fila, atirou o bilhete para cima do balcão e disse:
- Eu tenho que ir neste voo, e tem que ser em Primeira Classe.
A funcionária respondeu:
- O Sr. desculpe, terei todo o prazer em ajudá-lo, mas tenho que atender estas pessoas primeiro,pois estão pacientemente na fila, há algum tempo. Quando chegar a sua vez, farei tudo para poder satisfazê-lo.
O passageiro, irredutível, disse bastante alto para que todos na fila ouvissem:
- Você por acaso, faz alguma ideia de quem eu sou?
Sem hesitar, a funcionária sorriu, pediu licença, pegou no microfone e anunciou:
- Atenção, atenção, por favor!!!
A sua voz ecoou por todo o terminal, e ela continuou:
- Encontra-se junto deste balcão um passageiro que não sabe quem é, devendo estar perdido! Se alguém for parente, responsável pelo mesmo, ou puder ajudá-lo a descobrir a sua identidade solicitamos que compareça no balcão da TAP. Muito obrigada!
Com as pessoas atrás dele, rindo desalmadamente, o homem olhou furiosamente para a funcionária, rangeu os dentes e disse, gritando:
- Vou-te f*!!!
Sem pestanejar, ela sorriu e disse:
- Desculpe, meu caro senhor, mas, mesmo para isso, vai ter que esperar na fila.
(recebido por email)
domingo, 29 de março de 2009
Faltava no livro a página 232. No lugar dela estava uma página em branco. Na página 233 e seguintes o "Drama do desaparecimento da catatua Tobias" retomava o fio à meada até final. A editora referiu que era mesmo assim. Como assim (?) perguntou ele. Voltaram a confirmar-lhe da editora que o autor deixou aquela página sem nada para que o leitor pudesse imaginar o respectivo teor, dentro do contexto do que até aí o leitor lera. Ah, disse ele, e se eu não quiser escrever nada? Não escreva, disseram da editora, aí a obra ficará incompleta e isso será da sua responsabilidade. Posto isto, ele escreveu o seguinte parágrafo: "São 13 horas do dia segundo, encontrámos a gaiola, o exame pericial só estará pronto lá para a página 287, por isso siga directamente para a página 233, vá lendo que o relatório surgirá em devido tempo".
Nada como acabar o dia com um bom Palíndromo.
O que são Palíndromos? Um palíndromo, é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, da esquerda para a direita e ao contrário.
Exemplos: OVO, OSSO, RADAR. O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o caso do conhecido:
SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.
Outros palíndromos na língua de Camões:
ANOTARAM A DATA DA MARATONA - A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA - RIR, O BREVE VERBO RIR - O LOBO AMA O BOLO.
(recebido por email)
O que são Palíndromos? Um palíndromo, é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, da esquerda para a direita e ao contrário.
Exemplos: OVO, OSSO, RADAR. O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o caso do conhecido:
SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.
Outros palíndromos na língua de Camões:
ANOTARAM A DATA DA MARATONA - A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA - RIR, O BREVE VERBO RIR - O LOBO AMA O BOLO.
(recebido por email)
sábado, 28 de março de 2009
Cascais - foto flipvinagre
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser…
Álvaro de Campos
Hoje temos Apagão Mundial
São sete as localidades portuguesas que, entre as 20h30 e as 21h30, vão ficar às escuras. O Fundo Mundial para a natureza organiza desde 2007 um apagão mundial com o objectivo de alertar todos os cidadãos do mundo para a necessidade de combater as alterações climáticas e para o contributo do homem para que tal aconteça.
Por isso, toca a apagar as luzes, para bem de todos.
sexta-feira, 27 de março de 2009
O Silêncio
Pego num pedaço de silêncio. Parto-o ao meio,
e vejo saírem de dentro dele as palavras que
ficaram por dizer. Umas, meto-as num frasco
com o álcool da memória, para que se
transformem num licor de remorso; outras,
guardo-as na cabeça para as dizer, um dia,
a quem me perguntar o que significam.
...
Nuno Judice
Pego num pedaço de silêncio. Parto-o ao meio,
e vejo saírem de dentro dele as palavras que
ficaram por dizer. Umas, meto-as num frasco
com o álcool da memória, para que se
transformem num licor de remorso; outras,
guardo-as na cabeça para as dizer, um dia,
a quem me perguntar o que significam.
...
Nuno Judice
quinta-feira, 26 de março de 2009
é ou não é verdade? É claro que é verdade, o circulo tem essa caracteristica, destaca, evidencia, faz ressaltar o que se pretende ou o que ganha relevância para todos ou cada um de nós, é um hábito, torna-se uma prática frequente, não há livro ou mesmo jornal em que não rabisque ali qualquer coisinha, bom sinal por acaso, só revela que atribuímos importância ao assunto ou então que ele é tão idiota que merece bem ser alvo do circulo. O circulo só por si é nada, mas por aqui se vê que se tiver conteúdo é para ser tido em conta, e há tantos circulos quanto os assuntos de realce, salvo melhor opinião, claro. E será que o circulo está em vias de extinção? Não, não me refiro à extinção por igual de questões relevantes, refiro-me aos 'marcadores', sim, aqueles utensílios que realçam a cores um texto ou algo parecido. Há várias correntes não é? Uns a favor, outros contra e ainda os neutros. É claro, e ainda bem.
“Há pequenos escravos e grandes escravos.
Os pequenos são aqueles que se fazem escravos por coisas à toa, por dinheiro, por pequenos serviços.
Os Grandes são os que se fazem escravos pelo consulado, por governos de província.
Diante desses, vês os que levam as achas e os feixes, que são escravos de escravos.”
Epicteto: filósofo da escola dos estóicos, viveu entre a Grécia e Roma nos meados do primeiro século da era cristã. Foi escravo, em Roma, na época de Nero.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Do Capítulo em que não aconteceu mas podia e pode bem acontecer (oxalá):
Ontem, estava eu bem sentadinho na esplanada e alguém, nas minhas costas, desata a tapar-me os olhos com as mãos. Ao mesmo tempo fez aquele som famoso, cu-cu(?). Fiquei na mesma, não mexi uma palha, mas pelas mãos adivinhei tratar-se de pele feminina, lisinha e suave, daquelas que um homem gosta, e nada, continuei na mesma, nem um pio. Ela insisitia cu-cu e ria ao mesmo tempo e eu niente, nem tugi nem mugi, costumo fazer isto, acho que desarma o autor destas brincadeiras. De repente inclino a cabeça ainda mais para trás e ela deixa de me tapar os olhos, olha pra mim e põe a mão na boca enquanto ri, desculpe, diz ela, confundi-o com outra pessoa. Ainda estive para lhe perguntar com quem mas os olhos dela, de um verde muito verde deram cabo de qualquer tentativa de me exprimir. Refeito do choque verde, respondi-lhe, rindo, ora, não tem de quê, e adiantei-me, tem umas mãos de seda e os seus olhos devem dar luz à noite mais escura do mundo. Ela agradeceu o galanteio e hoje fomos catar as rochas em busca de conchas raras e exóticas. Encontrei nenhuma mas a areia estava morninha!
Não saber do que falar e entretanto ir falando é qualquer coisa de engraçado, um paradoxo talvez, é como dois amigos que já gastaram o latim todo entre eles e não sabem mais o que dizer e então balbuciam isto e aquilo sem importância alguma, são quase monossílabos sem sentido e significado, pois, é isso, hein(?) diz o outro (só para ganhar tempo), ah, pois, eu já sabia, eh pá e o tempo(?) tá bera pá, um gajo quer ir p’rà praia e não dá, temos que nos enfiar no shopping, no shopping(?) pergunta o outro, tu tás é louco, nem pensar, prefiro ir p’rà esplanada, sempre se vê qualquer coisinha e o ar é mais puro, pois, tens toda a razão responde o outro, bom, se calhar vou basar, vou ver se faço qualquer coisa, ah, okay diz o outro, eu também, e ambos dizem adeus, cada um vai à sua vida. E nisto passaram-se p'ràí duas horas de ameno convívio em que nada se disse mas tudo se actualizou, e quando um terceiro, amigo dos dois que estiveram aqui falando pergunta por um deles ao outro, este responde, eh pá o gajo tá fixe, foi fazer não sei o quê, não me disse mas tá fixe, tá diz o terceiro, então vou basar também, fixe, diz-lhe o outro, e pronto, tá tudo dito! Nice.
Hoje não vi, não li nem ouvi nada sobre a polémica relativa à nomeação do novo Provedor de Justiça. Será que se esqueceram do assunto? Hein? Alguém sabe se hoje se passou alguma coisa nesta 'novela'? Mas também...já esperámos tanto tempo, se calhar mais um dia ou dois não hão-de fazer mal algum, okay okay, esqueçam, já cá não está quem falou sobre o assunto. Boa tarde.
As palavras que caem em desuso têm um fim triste, pemanecem esquecidas, numa sombra que as fere, silenciosas ou silenciadas, a sua dignidade e relevância passa a fronteira e a sua residência passa a ser a obscuridade, não, não se tornam ocas nem insignificantes, apenas perdem a sua força e virilidade, o seu uso não é mais o mesmo, deixam de acompanhar um advérbio, figurar num poema ao lado de um sujeito, ser mencionada numa peça de teatro ao lado de um predicado ou mesmo de um pronome. Revitalização, impõe-se uma injecção de revitalização, e hoje, visitando as caves escuras do esquecimento, escolhi revitalizar a doce e nobre palavra ‘Parlapatice’. Parabéns, seja re-benvinda Parlapatice (um pouco parecida com patetice, serão primas?!). Para a semana será a vez de ‘Jocoso’.
terça-feira, 24 de março de 2009
O "Semeador de Estrelas" é uma estátua que está em Kaunas, Lituânia. Durante o dia pode até passar despercebida, como mostra a foto, não se lhe atribui grande importância, aparentemente podemos até dizer que é um bronze a mais, herança da época soviética.
Mas quando a noite chega, a estátua justifica seu título.Com a escuridão seu nome passa a fazer sentido. Veja-se a foto tirada à noite:
O efeito de luz e sombra semeia as estrelas. Lindo!!!
Recebi por email, desconheço o autor desta maravilha.
Mas quando a noite chega, a estátua justifica seu título.Com a escuridão seu nome passa a fazer sentido. Veja-se a foto tirada à noite:
O efeito de luz e sombra semeia as estrelas. Lindo!!!
Recebi por email, desconheço o autor desta maravilha.
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústias e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És Homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheces.
Miguel Torga
Gostei,hoje no "DN" um assunto que precisa ir mais longe, a renovação faz parte da democracia.
"A falta de renovação dos partidos
A possível escolha de João Bosco Mota Amaral como cabeça de lista do PSD ao Parlamento Europeu, noticiada hoje pelo DN, é só mais um exemplo da incapacidade de regeneração e renovação dos partidos políticos portugueses. Se não, vejamos: O PS escolheu Vital Moreira, ex-deputado constituinte, como candidato às próximas eleições europeias; o mesmo PS aposta em Jorge Miranda, um dos "pais" da Constituição Portuguesa, para o cargo de provedor de Justiça; e isto para já não falar nos chamados "dinossauros" das autarquias que, um pouco por todo o País, sobrevivem em todas as forças partidárias.
Sem prejuízo dos méritos e qualidades de Mota Amaral, Vital Moreira ou Jorge Miranda, a questão que se coloca é saber por que razão a actual geração de políticos no activo não é capaz de afirmar soluções e actores novos, que desempenhem as mais altas funções ao serviço da coisa pública. Será que as actuais lideranças partidárias não confiam nos seus quadros mais novos? Será que as actuais lideranças partidárias sancionam a voz do povo quanto à profunda desconfiança que os cidadãos têm sobre a qualidade da maioria dos políticos no activo?
Quando, e bem, se aprovou a lei de limitação de mandatos dos presidentes das autarquias locais, a razão invocada foi a da necessidade de renovação. Mas, a verdade, é que o recurso sistemático aos chamados "senadores" dos partidos e da democracia transmite a ideia de que a nomenclatura partidária é sempre, ou quase sempre, a mesma."
'Eles' eternizam-se no poder, com eles toda uma turma enorme de assessores, uma clientela que se vai aglomerando etc etc, o 'filme' já é conhecido... Por isso a renovação deveria ser obrigatória em todos os cargos da República, ficava a ganhar o eleitor/contribuinte com o sangue novo daqueles que querem mostrar 'serviço'. Enquanto assim não for, o espelho vai reflectindo a mesma imagem, gasta, até ficar amarela, bolorenta e bafiosa, perde a democracia e perdemos todos nós.
"A falta de renovação dos partidos
A possível escolha de João Bosco Mota Amaral como cabeça de lista do PSD ao Parlamento Europeu, noticiada hoje pelo DN, é só mais um exemplo da incapacidade de regeneração e renovação dos partidos políticos portugueses. Se não, vejamos: O PS escolheu Vital Moreira, ex-deputado constituinte, como candidato às próximas eleições europeias; o mesmo PS aposta em Jorge Miranda, um dos "pais" da Constituição Portuguesa, para o cargo de provedor de Justiça; e isto para já não falar nos chamados "dinossauros" das autarquias que, um pouco por todo o País, sobrevivem em todas as forças partidárias.
Sem prejuízo dos méritos e qualidades de Mota Amaral, Vital Moreira ou Jorge Miranda, a questão que se coloca é saber por que razão a actual geração de políticos no activo não é capaz de afirmar soluções e actores novos, que desempenhem as mais altas funções ao serviço da coisa pública. Será que as actuais lideranças partidárias não confiam nos seus quadros mais novos? Será que as actuais lideranças partidárias sancionam a voz do povo quanto à profunda desconfiança que os cidadãos têm sobre a qualidade da maioria dos políticos no activo?
Quando, e bem, se aprovou a lei de limitação de mandatos dos presidentes das autarquias locais, a razão invocada foi a da necessidade de renovação. Mas, a verdade, é que o recurso sistemático aos chamados "senadores" dos partidos e da democracia transmite a ideia de que a nomenclatura partidária é sempre, ou quase sempre, a mesma."
'Eles' eternizam-se no poder, com eles toda uma turma enorme de assessores, uma clientela que se vai aglomerando etc etc, o 'filme' já é conhecido... Por isso a renovação deveria ser obrigatória em todos os cargos da República, ficava a ganhar o eleitor/contribuinte com o sangue novo daqueles que querem mostrar 'serviço'. Enquanto assim não for, o espelho vai reflectindo a mesma imagem, gasta, até ficar amarela, bolorenta e bafiosa, perde a democracia e perdemos todos nós.
segunda-feira, 23 de março de 2009
''Adeus (10/8/02)
no jardim da minha casa encruzilhei-me com uma lesma.
ela ofereceu um olhar. vi o mundo pela sedução da lesma:
tudo ardilhado de simplicidade.
ofereci uma tristeza: ela quase cedeu a transparências.
aprendi com a lesma: uma tristeza não deve ser
emprestada.
o mundo, mesmo partilhado,
é muito a pele de cada qual.
na falta de dedos
a lesma fez adeus com o corpo.
e veio a chuva.
reaprendemos assim o lugar das nossas almas.''
Ondjaki in Materiais Para Confecção De Um Espanador De Tristezas
Não gosto do ‘talvez’. Ou sim ou não. O talvez nem é carne nem é peixe, é uma indecisão, uma incerteza, uma causa adiada e causa um grau enorme de ansiedade e de expectativa. ‘A’ vai a uma entrevista e dizem-lhe ‘talvez’ tenha sorte, ‘talvez’ possa vir a ser contratado. ‘B’ foi ao médico e recebeu a notícia do ‘talvez’ possa vir a ser operado, ‘talvez’ recomende a cirurgia, ‘talvez’, ‘talvez’ insiste o médico. Tenho ou não razão? O ‘talvez’ é terrível, pode até ser depressivo e produzir efeitos secundários, olhem o caso do rapaz que queria bater o recorde da travessia do Canal da Mancha. Cinco minutos antes de mergulhar no oceano ouve um ‘talvez’ seja completamente impossível nadar contra a corrente, está muito forte, ontem os que entraram no mar ninguém sabe deles. O nadador, da emoção, ficou gago, a sério, não ouviram falar disso? ‘Talvez’ diz aí um leitor de Teresina (a quem saúdo, Oi). É melhor acabar com o ‘talvez’ não acham? Sim? Não? Talvez?
Lembrar Descartes:
DUVIDAR PARA SABER
Nunca devemos admitir senão aquilo que a razão nos mostra como evidente; em caso algum podemos aceitar o que nos é imposto pela nossa imaginação ou pelos nossos sentidos. Quando estamos a olhar para o Sol com atenção, não devemos pensar, apressadamente, que ele tem, de facto, o tamanho com que o vemos.
Descartes, Meditações Metafísicas (1641)
Devemos evitar cuidadosamente a precipitação e as conclusões apressadas; apenas podemos reconhecer como autênticos os conhecimentos que se apresentem ao nosso espírito com tanta clareza que em ocasião alguma os possamos pôr em dúvida.
Descartes, Discurso do Método (1637)
DUVIDAR PARA SABER
Nunca devemos admitir senão aquilo que a razão nos mostra como evidente; em caso algum podemos aceitar o que nos é imposto pela nossa imaginação ou pelos nossos sentidos. Quando estamos a olhar para o Sol com atenção, não devemos pensar, apressadamente, que ele tem, de facto, o tamanho com que o vemos.
Descartes, Meditações Metafísicas (1641)
Devemos evitar cuidadosamente a precipitação e as conclusões apressadas; apenas podemos reconhecer como autênticos os conhecimentos que se apresentem ao nosso espírito com tanta clareza que em ocasião alguma os possamos pôr em dúvida.
Descartes, Discurso do Método (1637)
domingo, 22 de março de 2009
'Desfaleceu com a sensação de tudo menos de derrotado, de tudo menos de condenado, desejoso de mais uma vez se realizar plenamente, mas não acordou mais. Paragem cardíaca. Deixou de existir, liberto do ser, entrando no nada sem sequer saber. Como desde sempre tinha receado.'
Philip Roth in Todo o Mundo (Ed.D.Quixote,2007)
Lê-se na contracapa do livro: «Uma história iniludivelmente íntima, embora universal, de perda, arrependimento e estoicismo – o combate de um homem contra a mortalidade.»
A vida é feita de nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
Miguel Torga
sábado, 21 de março de 2009
'A Justa Medida, sem Grandezas nem Excessos
Uma grande alma distingue-se por desprezar a grandeza, e por preferir a justa medida aos excessos, já que a primeira se limita ao que é útil e indispensável à vida, enquanto os últimos se tornam nocivos pelo próprio facto de serem supérfluos.' (...)
Séneca in Cartas a Lucílio
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