quarta-feira, 25 de março de 2009


Do Capítulo em que não aconteceu mas podia e pode bem acontecer (oxalá):

Ontem, estava eu bem sentadinho na esplanada e alguém, nas minhas costas, desata a tapar-me os olhos com as mãos. Ao mesmo tempo fez aquele som famoso, cu-cu(?). Fiquei na mesma, não mexi uma palha, mas pelas mãos adivinhei tratar-se de pele feminina, lisinha e suave, daquelas que um homem gosta, e nada, continuei na mesma, nem um pio. Ela insisitia cu-cu e ria ao mesmo tempo e eu niente, nem tugi nem mugi, costumo fazer isto, acho que desarma o autor destas brincadeiras. De repente inclino a cabeça ainda mais para trás e ela deixa de me tapar os olhos, olha pra mim e põe a mão na boca enquanto ri, desculpe, diz ela, confundi-o com outra pessoa. Ainda estive para lhe perguntar com quem mas os olhos dela, de um verde muito verde deram cabo de qualquer tentativa de me exprimir. Refeito do choque verde, respondi-lhe, rindo, ora, não tem de quê, e adiantei-me, tem umas mãos de seda e os seus olhos devem dar luz à noite mais escura do mundo. Ela agradeceu o galanteio e hoje fomos catar as rochas em busca de conchas raras e exóticas. Encontrei nenhuma mas a areia estava morninha!