segunda-feira, 23 de março de 2009


Não gosto do ‘talvez’. Ou sim ou não. O talvez nem é carne nem é peixe, é uma indecisão, uma incerteza, uma causa adiada e causa um grau enorme de ansiedade e de expectativa. ‘A’ vai a uma entrevista e dizem-lhe ‘talvez’ tenha sorte, ‘talvez’ possa vir a ser contratado. ‘B’ foi ao médico e recebeu a notícia do ‘talvez’ possa vir a ser operado, ‘talvez’ recomende a cirurgia, ‘talvez’, ‘talvez’ insiste o médico. Tenho ou não razão? O ‘talvez’ é terrível, pode até ser depressivo e produzir efeitos secundários, olhem o caso do rapaz que queria bater o recorde da travessia do Canal da Mancha. Cinco minutos antes de mergulhar no oceano ouve um ‘talvez’ seja completamente impossível nadar contra a corrente, está muito forte, ontem os que entraram no mar ninguém sabe deles. O nadador, da emoção, ficou gago, a sério, não ouviram falar disso? ‘Talvez’ diz aí um leitor de Teresina (a quem saúdo, Oi). É melhor acabar com o ‘talvez’ não acham? Sim? Não? Talvez?