quarta-feira, 30 de setembro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
"Quando os seus amigos comentavam as fraquezas do Pedro, a sua falta de sentido prático, Teresa irritava-se, eles ainda não tinham percebido que grande parte do seu encanto vinha da capacidade de surgir com uma grande força, mas uma força desamparada e inofensiva. Ninguém o imagina como competidor, mas ninguém tem a coragem de ter pena dele, todos vocês são uns amadores e ele é o único profissional de viver".
António Alçada Baptista in "Os Nós e os Laços"
a alma vai sussurando - isto aquilo acoloutro
e o esqueleto vai andando - muito mais vivo que morto
é assim esta fase de recolha - dura o tempo que durar
é como viver fora da bolha - no fim tudo se torna a juntar
o positivo e o negativo - o bom e o mau
aprendemos o bem de estar vivo
outras coisas mais e depois, XAUsegunda-feira, 28 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
Findas as eleições, ressalta bem evidente, mais uma vez, o saldo enorme da abstenção (cerca de 40%), uma desgraça que espelha bem a falta de exercício da cidadania e de civismo, do dever de participação na vida colectiva, na falta de colaboração dos cidadãos (faltosos) para o destino da nação. Ganha, também, realce, a subida do CDS e do BE mas, especialmente, a queda da maioria absoluta do PS (que, mesmo assim, é o mais votado dos partidos, vá-se lá entender os portugueses!!!), o que força a que a democracia seja alvo de maior debate e discussão, e que implica, inevitavelmente, decisões com maior alcance no âmbito da satisfação dos interesses dos cidadãos. Assim esperemos, a bem de todos.
sábado, 26 de setembro de 2009
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes ah por vezes
num segundo se evocam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Hoje acaba a campanha eleitoral. E hoje ainda os media lançam cada um as suas sondagens, este ou aquele partido ganha ou perde, este ou aquele partido sobe ou desce, este ou aquele partido fará coligação com outro, enfim, o rol é de tantas hipóteses quantas as que o(s) autor(es) ponderou (aram).
Eis que as sondagens, para os mais incautos, para os menos avisados ou decididos, influenciam, são autênticas mensagens subliminares, condicionam e manipulam o eleitorado.
Ao mesmo tempo, tudo parece desenrolar-se entre os partidos com maior relevo na legislatura finda, para uma nova legislatura todos os partidos deveriam merecer tratamento idêntico, isto é, mesmo tempo de antena, mesmo tempo nos debates, mas nada disto acontece e os pequenos partidos insurgem-se recorrendo á violação do disposto nas leis eleitorais, ou seja, o jogo está viciado, e viciado não só pelos que neles militam mas também pelos que lhes garantem essa desigualdade.
Que fazer? Ao cidadão compete observar toda esta farsa, todos estes jogos de bastidores, e decidir. As maiorias não permitem que a democracia funcione em pleno, há, pois, que incentivar que os intervenientes nos destino da res publica dialoguem entre si. Sou a favor do diálogo e da cooperação, da decisão repartida e solidária, votarei como tal. Que ganhe o país e os portugueses.
hoje, no DN:
" Balanço na justiça
por Paulo Pinto de Albuquerque
Os 500 mil portugueses que são vítimas de crimes por ano não têm voz e sofrem na pele a incúria do legislador
A principal herança do Governo nesta legislatura no âmbito da justiça é o aumento da duração média dos processos findos. A morosidade da resposta judicial tornou-se um cancro do sistema judicial. Em 2003, uma acção declarativa civil durava em média 24 meses. Em 2007, uma acção declarativa civil durava em média mais 11 meses, isto é, 35 meses. O mesmo se passa no processo administrativo, tendo a duração média da acção declarativa comum aumentado de 5 para 16 meses e nos processos de impugnação de 27 para 77 meses.
(...) Em 2003, uma acção executiva durava em média 27 meses. Em 2007, uma acção executiva durava em média 38 meses.
Na economia portuguesa, as empresas que actuam ilicitamente estão a arruinar as empresas que agem licitamente. Apesar disso, a justiça está impotente para responder aos problemas colocados pelas práticas ilícitas mais sofisticadas de uma economia global que funciona online. (...) Em suma, a lei está totalmente desfasada da realidade da economia portuguesa. Pior ainda, o Código Penal mantém incriminações económicas anacrónicas copiadas da lei da defunta Alemanha comunista.
Os crimes violentos sucedem-se com uma brutalidade e frequência inusitadas. (...) A execução precipitada das reformas penais pôs na rua centenas de pessoas condenadas ou suspeitas da prática de crimes graves e desprezou as vítimas, impedindo-as de exercer direitos processuais básicos. (...)
O Governo virou as costas à família e aos jovens. A nova lei do divórcio desprotege as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores, podendo o cônjuge que não procurou o divórcio ser duramente prejudicado em termos patrimoniais. Há 11 000 crianças institucionalizadas, votadas ao abandono, ao ócio e ao vício, reféns de um processo de adopção dominado pela lentidão e pela discricionariedade da Segurança Social. (...)
Por fim, o Governo tem um preconceito contra as magistraturas. Tentou sem sucesso funcionalizar os magistrados, submetendo-os ao regime dos funcionários públicos. Deu mais poderes de detenção à polícia do que aos próprios magistrados. Transformou os julgados de paz em tribunais sem independência, verdadeiras correias de transmissão do Ministério da Justiça. Em síntese, o Governo deixou a justiça nas ruas da amargura."
" Balanço na justiça
por Paulo Pinto de Albuquerque
Os 500 mil portugueses que são vítimas de crimes por ano não têm voz e sofrem na pele a incúria do legislador
A principal herança do Governo nesta legislatura no âmbito da justiça é o aumento da duração média dos processos findos. A morosidade da resposta judicial tornou-se um cancro do sistema judicial. Em 2003, uma acção declarativa civil durava em média 24 meses. Em 2007, uma acção declarativa civil durava em média mais 11 meses, isto é, 35 meses. O mesmo se passa no processo administrativo, tendo a duração média da acção declarativa comum aumentado de 5 para 16 meses e nos processos de impugnação de 27 para 77 meses.
(...) Em 2003, uma acção executiva durava em média 27 meses. Em 2007, uma acção executiva durava em média 38 meses.
Na economia portuguesa, as empresas que actuam ilicitamente estão a arruinar as empresas que agem licitamente. Apesar disso, a justiça está impotente para responder aos problemas colocados pelas práticas ilícitas mais sofisticadas de uma economia global que funciona online. (...) Em suma, a lei está totalmente desfasada da realidade da economia portuguesa. Pior ainda, o Código Penal mantém incriminações económicas anacrónicas copiadas da lei da defunta Alemanha comunista.
Os crimes violentos sucedem-se com uma brutalidade e frequência inusitadas. (...) A execução precipitada das reformas penais pôs na rua centenas de pessoas condenadas ou suspeitas da prática de crimes graves e desprezou as vítimas, impedindo-as de exercer direitos processuais básicos. (...)
O Governo virou as costas à família e aos jovens. A nova lei do divórcio desprotege as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores, podendo o cônjuge que não procurou o divórcio ser duramente prejudicado em termos patrimoniais. Há 11 000 crianças institucionalizadas, votadas ao abandono, ao ócio e ao vício, reféns de um processo de adopção dominado pela lentidão e pela discricionariedade da Segurança Social. (...)
Por fim, o Governo tem um preconceito contra as magistraturas. Tentou sem sucesso funcionalizar os magistrados, submetendo-os ao regime dos funcionários públicos. Deu mais poderes de detenção à polícia do que aos próprios magistrados. Transformou os julgados de paz em tribunais sem independência, verdadeiras correias de transmissão do Ministério da Justiça. Em síntese, o Governo deixou a justiça nas ruas da amargura."
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
esquinas de Lisboa - foto flipvinagre
esquinas, ponto de encontro onde a indiferença e a união podem cessar ou começar, onde a surpresa pode suceder, onde um olhar pode levar a uma aventura, onde se dominam duas ou mais frentes, onde se confraterniza ou discute ou mesmo se conspira, quase tudo ali conflui, uma esquina é uma vida com vários ângulos, um mundo que se dobra em noventa graus e que se pode multiplicar enesimamente, onde o ócio se instala ou se espreita uma oportunidade ...ou, como dizia Eça " Ó Lisboa, tu não tens caracteres, tens esquinas".
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Justiceiro Urbano
Género: Acção, Comédia
Realização: Henry Bean
Actores: William Baldwin, Margarita Levieva, William Hurt, Tim Robbins, Bridget Moynahan
David Owen é um cidadão de Nova Iorque, mas o permanente ruído da grande metrópole começa a perturbá-lo e deixa-o num enlouquecido estado de nervos. Não é só a recorrente intrusão nos seus pensamentos ou a distracção da tarefa em mãos, o pior de tudo é o reconhecimento diário de que não pode fazer nada! E isso torna-se intolerável. David chega então ao limite e decide enfrentar o seu problema e o da cidade. Transformando-se numa espécie de vigilante, David passa à acção: desde destruir carros que disparam o alarme a meio da noite até ao confronto com o próprio mayor de Nova Iorque, o que o leva à prisão. Quando volta às ruas, e agora com o apoio dos nova-iorquinos e os mais engenhosos esquemas, a batalha de David vai realmente começar...
Um aspecto interessante e a ter em conta sobre os custos da urbanidade e a sua repercussão na saúde pessoal e no bem estar colectivo.
Interessante.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
é o brilho da lua que me seduz
só ela me afaga com fios de luz
noite fora soltamos segredos
outros tantos mil enredos
e manhã cedo flutuo no mar
ela, no alto, devolve-me o olhar
sabe quem nos conhece
que assim acontece
a poesia é um mero acidente
rimas fluem sem precedente
eu e ela, amigos por acaso
do nascer do dia ao ocaso
passado o tempo para as ‘esselências’ (como diz um amigo meu) cortarem a fita e darem um ar da sua graça, fui finalmente à Casa das Histórias Paula Rego ("uma das maiores pintoras vivas" do mundo, segundo o Finantial Times), que foi inaugurada na passada sexta-feira.
O edifício, térreo e quase cego, cor de barro, é composto por duas torres em forma de pirâmide. Eduardo Souto de Moura foi o arquitecto.
Além de um jardim perfeitamente cuidado e que empresta ao edifício uma maior harmonia, existe também um espaço lúdico e esplanada no exterior, além de um espaço de merchandising onde o visitante pode obter documentação diversa sobre a pintora e não só, ‘gifts’ e ‘souvenirs’.
No interior, salas distintas vão espelhando as obras de Paula Rego, o percurso é cronológico e divido em quatro grandes zonas temáticas.
Na primeira sala, trabalhos dos dez primeiros anos, de uma Life Painting datada de 1954, altura em que Paula Rego era aluna da Slade School of Fine Arts, de Londres, obras como Quando Tínhamos uma Casa de Campo (1961) ou O Exílio (1963), técnicas mistas com colagem que cruzam já o statement político com referências da esfera familiar e pessoal da artista.
Depois, os anos 1980, quando Paula Rego abandona a colagem e se dedica a um figurativismo cada vez mais assumido em obras como O Macaco Vermelho Bate na Mulher (1981) ou a grande série Óperas (1983), das quais se apresentam, em simultâneo, cinco grandes telas e cinco pequenas aguarelas preparatórias. A etapa seguinte - 1994 a 2005 - a introdução do pastel na obra de Paula Rego com Mulher Cão, trabalho apresentado na sala de exposições temporária e que abre caminho para obras cada vez mais realistas e, simultaneamente, teatrais, como Entre as Mulheres (1997), da série O Crime do Padre Amaro, o conhecido e imponente Anjo (1998) ou o tríptico The Pillowman (2005).
Apesar de presente noutros momentos, a gravura compõe a última etapa - 1988-2007 - de trabalhos das conhecidas séries Nursery Rhymes, a primeira em que a artista usou esta técnica, e Jane Eyre, baseada na obra homónima de Charlotte Brontë, a litografias mais recentes como as séries Príncipe Pig. A sala de exposições temporárias está pensada como última visita. É onde até 18 de Março se expõe um conjunto de obras emprestadas pela Galeria Marlborough, a representante internacional de Paula Rego, com trabalhos icónicos como a Filha do Polícia (1986), a série Avestruzes Bailarinas (1995), baseadas em Walt Disney, ou O Vasto Mar de Sargaço (2000), inspirado na obra homónima de Jean Rhys.
Em suma, uma mais valia enorme para todos nós que apreciamos a arte desta magnífica artista. Um louvor à CMC e ao Presidente António Capucho que bem merece uma saudação.
domingo, 20 de setembro de 2009
no paredão (ao longo dos dois quilómetros que vão entre as praias das Moitas, Tamariz e Poça) decorre a Edição número zero do ArteMar Estoril, uma exposição de escultura internacional inédita em Portugal, com obras que incorporam resíduos marítimos e/ou representam simbolicamente o mar. Esta iniciativa constitui um dos maiores eventos gratuitos nacionais de escultura ao ar livre. Na imagem uma obra da escultora Jin Jie (natural de Jiangxi, República Popular da China, onde nasceu em 1979, Jin Jie, com formação académica em escultura, concorre com esta obra, denominada "União", de 2009, em que os materiais utilizados são o barro e o ferro, e que representa um cardume em pleno mar. Subjacente a este efeito visual está uma mensagem de conteúdo gregário que louva a solidariedade do grupo como forma de sobrevivência).
Prova viva de que a arte não conhece limites e de que todos nós podemos contribuir para o bem estar do meio em que vivemos, foram melhorados os túneis de acesso às praias do Tamariz e do Monte Estoril
os painéis constituem também uma exposição dos trabalhos realizados pelos alunos da CERCICA (Fundada em Março de 1976, centra a sua actividade na educação e reabilitação de cidadãos portadores de deficiência e presta apoio aos seus utentes em áreas como a educação especial, actividades ocupacional e formação profissional)
eis como canalizar e incentivar os cidadãos para o bem colectivo
esculturas recentes do espanhol Juan Ripollés que ocupará os jardins e o átrio principal do Casino Estoril
um conceito híbrido, as esculturas de Juan Ripollés desvendam dois rostos, permitindo que o espectador as veja sempre de frente. Com dimensões hiperbólicas, as obras têm capacidade para albergar bondades, criando uma empatia com quem as observa.
O artista convida o visitante a desenvolver um jogo de leituras simultâneas sobre as coincidências formais de cada escultura e das suas diferenças, .
aqui expostas, La Reina, Tumbada, Generosa e Niño Corriendo.
sábado, 19 de setembro de 2009
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