sábado, 9 de janeiro de 2010
cartoon de António no "Expresso" (Casamento gay: A visão de António). não tenho nada contra ou a favor dos casamentos gay, sou daqueles que quero ver as pessoas felizes, o resto pouco importa. Adiante. Mas já me importo com as condições subjacentes á aprovação de leis no parlamento, e aqui chamou-me a atenção a crónica do João Pereira Coutinho no CM, com a qual concordo:"Chega de histeria. Sócrates não dá liberdade de voto aos seus deputados na discussão do casamento gay? Abençoado seja. No meio da ignorância larvar, ele é o único que parece compreender o sistema eleitoral que nos rege.
Num país com círculos uninominais, capazes de responsabilizar cada deputado, seria legítimo esperar que, em matérias ‘fracturantes’, o tribuno votasse de acordo com os seus princípios e a sua inviolável consciência.
Acontece que Portugal não vive nesse patamar de civilização; vive com um sistema partidocrático em que os deputados servem apenas para encher as ‘listas’ a concurso. Em rigor, eles não são deputados; são figurantes. E, quando chegam ao hemiciclo, é natural que votem como o chefe manda porque foi o chefe, e não o ‘povo’, quem verdadeiramente os levou para lá.
Aliás, no nosso infantário parlamentar, o chefe não se limita a impor silêncios; ele pode, como se vê, conceder direito de ruído a cinco ou seis índios, para que brinquem no recreio com os outros cobóis. Quando o pai é tirano, há sempre filhos e enteados."
Ou seja, e como já é evidente, a partidocracia é a democracia de um único sujeito, que põe e dispõe as suas 'peças' consoante a música que quer que toque, e o povo continua a pactuar com este teatro, sendo alguns membros do povo eternos candidatos a fantoches ou marionetes, prestam-se a isso. Personalidade é coisa que se hipoteca quando se adere a um partido, fica à porta, não se usa, apetece até invocar um paralelismo com aqueles contratos de adesão, as condições anulam o direito à individualidade, schiu, cala-te e está caladinho. Enfim, quem não tem uma 'enxada' para trabalhar ou é carreirista convicto, boy ou afilhado, tem que se sujeitar a 'isto'! Uma desilusão este estado de coisas, continuo a não merecer alegrias dos que elejo, continuo a ser vítima de uma democracia de fingimentos, uma democracia onde não se pode ter convicções, excepto as que outros impõem. Tenham paciência...
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