quinta-feira, 18 de setembro de 2008



Balanço dos 33 anos:

- ainda hoje a minha opinião continua a ser de que os portugueses falharam, não estavam à altura da situação, não tiveram presente a dimensão do momento, não tinham estofo mental para tamanha missão, histórica, a sua visão estava toldada de um vermelho político muito carregado, e essa cor inibia-os de pensar por si sós e de uma forma racional e inteligente, foram marionetes, podiam ter feito melhor, muito melhor, foram pelo meio mais fácil, acobardaram-se até, envergonharam todos os que os precederam, a História classificá-los-à de políticos e militares precipitados sem qualquer estofo de sentido de Estado, imberbes e inexperientes, carregados de teoria mas sem experiência e domínio prático das responsabilidades que lhes seriam exigíveis, mal preparados para assumir os destinos de uma freguesia, quanto mais de um Estado, enfim, actores menores de um teatro de rua chamados a governar uma nação. Claro que deu buraco, mas o pior é que a factura foi paga pelos outros, eu incluído, azar o meu. Ainda hoje me é difícil aceitar tudo isto e conviver na mesma sociedade com estes incompetentes, não sei se algum dia esta “maladie” passará;
- o que deveria ter sido feito? Ora, basta recordar o que já na altura se vinha falando para as colónias, independência, pois claro, sem condições, e hoje teríamos vários Brasis em África, e Portugal só ganharia com isso pois manter-se-iam os laços históricos e económicos com o outorgante da soberania conferida aos novos povos e nações africanas. Mas essa independência teria que ser faseada no tempo, nada de precipitações, todos os direitos dos residentes (independentemente da cor, raça, credo religioso etc etc) teriam que ser acautelados. Isto teria sido feito por quem tivesse cabecinha, sentido de Estado e vistas largas, incluindo saber-se que ser português é respeitar todo um passado de história e de brava gente que deu mais mundos ao mundo;
- Tendo optado pela via europeia, pois era aí, diziam eles, que residia o destino desta nossa pátria, os grandes “cabeças” da nação tornaram-se e tornaram-nos os pedintes da europa, e decorrido este tempo todo, mantemo-nos teimosamente entre os países mais pobres da União Europeia. Alguma coisa está a falhar, caramba!!! O que será? Não terá isto a ver com o facto de as grandes “cabeças” afinal terem metido água? Serão inaptos e incapazes? Não se vê de quando em quando um deles por África, mendigando os favores políticos e económicos dos novos senhores dos países africanos de língua oficial portuguesa? Agora, neste mesmo momento, não nos queremos voltar novamente para o hemisfério sul? Não nos daria jeito escoar para lá toda a nossa mão-de-obra (já lá andam muitos portugueses, jovens licenciados ao serviço das Auditoras por exemplo) e não são aqueles novos países grandes parceiros dos nossos grupos económicos? Mas...não estou a perceber nada, afinal não era destino “nosso” a europa? Serão cataventos estes políticos? Andamos à mercê do vento é? Ah, falamos de hipocrisia não é? Pois...
- 33 anos decorridos e está bem de ver quem beneficiou com tudo isto, nos escalões dos principais beneficiados estão alguns políticos e militares, dir-se-ia até que a revolução lhes deu jeito, aliás, todo este sistema político é altamente favorável à classe que se vem albergando nas várias instâncias do poder, com autênticas benesses salariais, mordomias e reformas substanciais, votando os demais portugueses a uma vida rotineira, sem grandes ambições, remediável, a quem o futuro é e foi limitado, o país é carente economicamente, culpa exclusiva de uma nova classe de dirigentes que a partir da partidocrassia se revela incapaz de conferir um destino mais feliz a todos e a cada um dos residentes em Portugal. Hélas!!! Fico à espera do Euromilhões, do Totoloto e Loto 2 ou do Joker para os mandar a todos àquela parte, aí é que eu me vou rir deles, pois até agora têm-se eles rido de mim. Assinado:Flipvinagre/Setembro de 2008.

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