Gostei de ler, no DN, a crónica de Vasco Graça Moura – “O desprezo da criatura”, sobre o projectado negócio entre a PT e a Media Capital:
“ (...) Vimos Sócrates, Lino e Zeinal Bava meterem os pés pelas mãos. O significado da golden share e a importância da PT, mais as tergiversações e as descoincidências entre o que dizia o primeiro, o que engrolava o segundo e o que tartamudeava o terceiro, indiciavam desde logo que não podia ser assim. (...)
Mas afinal viu-se no dia seguinte um Sócrates de visagens circunspectas e a modos que embatucado, corroborando lugubremente a sua incompetência, a dizer que usaria o veto da golden share como se fosse uma espécie de benzina preventiva para tirar nódoas da sua própria imagem… enquanto o novo porta-voz do Governo intervinha quanto a estas e algumas outras trapalhadas, arvorando um risinho esparvoado para dizer umas patetices inócuas. (...)
Estou em crer que Medina Carreira, quando na passada sexta-feira disse a Mário Crespo do nojo que certas coisas lhe metiam e usou com ácida indignação o termo "trafulhas", não se estava a referir propriamente a traficâncias em casas de alterne. O tópico fornece uma proposta de hermenêutica laboriosa para os Estados Gerais do PS.
Entretanto, o Presidente da República deu a Sócrates o mais violento puxão de orelhas que ele recebeu até hoje. Só se compreende que o tenha feito nos termos em que o fez por ter sido alertado para a turva promiscuidade dos objectivos subjacentes e para a iminência escandalosa da conclusão do negócio.
De resto, ainda bem que o fez nos termos em que o fez: não podendo já pôr Sócrates no olho da rua por força da Constituição, só lhe restava exprimir o maior desprezo pela criatura.”
e assim vamos indo, creio que a silly season se prolonga cada vez mais no tempo...e o Vasco não está com meias medidas, é açoite de se lhe tirar o chapéu
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