Mais um abalo, desta vez no Haiti. A terra vai abanando em todo o lado. Agora foi em Port-au-Prince, foi forte. Sete na escala de Richter. Para quem lá vive, longe de qualquer classificação que lhe queiram dar os cientistas, foi o maior do mundo. Aquela população já lutava com enormes dificuldades, numa miséria quase absoluta, cerca de meio milhão de pessoas poderá ter morrido. E o Haiti é um dos países mais pobres do mundo. Poderia não o ser se os abutres ficassem quietos. Durante três décadas de ditadura de François Duvalier, substituído depois pelo próprio filho, foi o terror. As elites saquearam a seu belo prazer. Porque é que as grandes catástrofes escolhem quase sempre os países pobres? Castigo divino? Nada disso. Há nações que se encontram preparadas para estas calamidades e outras não, tudo gira em torno do capital. Um abalo num país rico e num país pobre, com a mesma magnitude, registam efeitos completamente opostos. Um terramoto em S. Francisco de magnitude de 7 na escala de Richter poderia matar meia dúzia de pessoas, que estavam no local errado à hora errada. Mas no Haiti, com a mesma magnitude, o número de vítimas ascende a meio milhão. Neste pequeno país, não esqueçamos, a maioria dos 8 milhões de habitantes vive com 1 euro e 40 cêntimos por dia. Os líderes dos países ricos já estão nas televisões a dizer ao seu eleitorado que vão ajudar. É de bom tom, claro!. O Haiti tornou-se independente da França em 1804. Nos dias que correm, vive num período de grande instabilidade política, com eleições atrás de eleições e golpes de Estado diversos. Há uma enorme hipocrisia neste mundo, que me dá vontade de abanar outras coisas...A minha solidariedade para o Haiti.
4 comentários:
É exactamente o que penso, Flip. O que vitima estes povos empobrecidos é a ganância de certos abutres com forma humana, e não, propriamente, a natureza arisca. Uma tristeza, a que não se vê fim.
uma lástima não é Luísa?
:-(
E pensar que este povo teve força para derrotar o exército de Napoleão!
Dulce,
contingências da vida...
bj
:-)
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