quarta-feira, 22 de julho de 2009


casa tradicional - Olivª do Hospital - foto flipvinagre



A casa como se fosse a crisálida,
e os seus habitantes esperando - os seres
do casulo, aprendendo a vida.

Não bato à porta, para
não os perturbar, nem saber
as feições do seu rosto, o som
da sua voz, a articulação
de uma frase sem fim.

Mas o olhar que atravessa
as paredes, como o vidro transparente
da eternidade, adivinha os corpos
em volta da mesa, os brindes
que secaram nos seus copos,
os olhares cúmplices
no viço dos minutos.

E entro pela porta fechada,
juntando-me ao grupo dos que
acordam para a vida.


Nuno Júdice

2 comentários:

Gi disse...

Linda a casa, lindo o poema.

Flip disse...

Gi
glad you like it
;-)