quinta-feira, 30 de julho de 2009


Vilhelm Hammershøi


Caminha devagar:
desse lado o mar sobe ao coração.
Agora entra na casa,
repara no silêncio, é quase branco.
Há muito tempo que ninguém
se demorou a contemplar
os breves instrumentos do verão.
Pelo pátio rasteja ainda
o sol. Canta na sombra
a cal, a voz acidulada.

Eugénio de Andrade in O Peso da Sombra

2 comentários:

Luísa A. disse...

Expressiva conjugação de texto e imagem, Flip. :-)

Flip disse...

cara Luísa
tb gostei ;-) e obg. especialmente o poema, maravilhoso não é? :-)