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Era uma vez um homem original que queria apanhar a sua própria sombra. Dava um passo ou dois na sua direcção, mas ela afastava-se. Acelerava o passo mas ela fazia o mesmo. No final, começou a correr e a sombra correu também, recusando-se totalmente a entregar-se, como se fosse um tesouro. Mas repare! O nosso excêntrico amigo aproxima-se e afasta-se rapidamente da sombra. Se olha para trás, agora é ela que corre atrás dele. Senhoras, sinceramente, com frequência tenho observado(...)que a sorte nos trata de forma semelhante. Um homem tenta com todas as suas forças agarrar a deusa, e apenas desperdiça tempo e trabalho. Outro parece fugir dela; mas não: é ela que tem prazer em o perseguir.
Ivan Kriloff
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