domingo, 14 de dezembro de 2008
Hoje, no discurso de encerramento do Fórum sobre Democracia e Serviços Públicos, Manuel Alegre criticou quem encarou esta iniciativa como um perigo. "Debater ideias sem sectarismos e demagogia é perigoso para quem não gosta de fazê-lo". Alegre também lançou várias farpas ao governo como a falta de coragem para ajudar os desempregados, sobrando por seu turno coragem "para salvar bancos privados". Isto num país que é recordista em desigualdades sociais na União Europeia e com "18% da população no limiar da pobreza". E foi mais longe: "há qualquer coisa de errado quando o Código do Trabalho é elogiado pelo Presidente da CIP" (Francisco Van Zeller).
No seu discurso, Alegre frisou que "a submissão dos serviços públicos às regras da concorrência tem que acabar", dado que eles não são "mercadorias". "É inaceitável a entrega sistemática ao privado de sectores rentáveis como a energia", sublinhou. Enunciou, ainda, algumas das prioridades de uma esquerda que "tem uma perspectiva alternativa de poder", nomeadamente: "substituição da agenda da flexisegurança pela do pleno emprego; o combate à especulação financeira e imobiliária; a distribuição mais equitativa dos rendimentos; políticas contra a pobreza; defesa dos direitos dos imigrantes; a defesa do direito à água como direito humano; o comprometimento com políticas ambientais e a defesa e reforço da escola pública, do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social".
O ex-candidato presidencial sublinhou que "ninguém é proprietário da esquerda, ninguém é proprietário da verdade, ninguém é dono do futuro". Deixou recados à esquerda de governo que "quando lá chega deixa de ser praticante ...” (vidé notícia no sapo/Lusa)
Eis o combate de um homem que me parece honesto, que tem a coragem de afrontar o seu próprio partido contra as políticas que este tem seguido, a rendição ao capital, a subserviência a interesses privados e egoístas em detrimento de uma política social eficiente e realizadora de bem estar para os cidadãos/contribuintes. Como ele próprio afirmou, este tempo de crise aproveitemo-lo para ser também tempo de mudar. Apoiado.
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