domingo, 4 de janeiro de 2009


Uns, com os olhos postos no passado,
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto
— A segurança nossa?
Este é o dia,
Esta é a hora,
este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos.
No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos.
Colhe o dia, porque és ele.

Ricardo Reis

1 comentário:

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

RReis, para mim, o Mestre!..pena às vezes ter sempre razão :-)