quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Ainda Carl Sagan.....

O estilo de Sagan é cativante e inconfundível, e no final do primeiro capítulo do seu livro “Contacto”, ele exibe humildade perante o universo e dúvida, mas ao mesmo tempo abertura perante a ideia de Deus:

“Será que tentar perceber de alguma maneira o universo revela uma certa falta de humildade? Creio que é verdade que a humildade é a única resposta adequada perante o universo, mas não uma humildade que nos impeça de procurar descobrir a natureza do universo que estamos a admirar. Se procurarmos essa natureza, então o amor pode ser inspirado pela verdade, em vez de se basear na ignorância ou na auto-ilusão. Se existe um Deus criador, será que Ele ou Ela ou Isso ou seja qual for o pronome apropriado preferiria uma espécie de cepo embrutecido que o adorasse sem nada compreender? Ou preferiria que os seus devotos admirassem o universo real em toda a sua complexidade? Quanto a mim, parece-me a ciência é, pelo menos parcialmente, adoração informada. A minha crença mais profunda é que, se existe um deus vagamente do género tradicional, então a nossa curiosidade e inteligência provêm desse deus. Não saberíamos apreciar esses dons se reprimíssemos a nossa vontade de nos explorarmos a nós próprios e ao universo”.

Surgiram e ainda surgem hoje várias interpretações e formas diferentes de abordar o Conhecimento, mas também penso que uma das vias para o Saber passa pelo questionar e questionar sempre.Porém, ao contrário de Sagan, parto do princípio que tudo isto não é fruto do acaso, é para mim impossível que a nossa existência e o próprio Cosmos seja só fruto da natureza e da evolução. Há mais. Há algo mais, e esse mais é Deus, Que nos limitou, talvez para dar mais encanto à vida, e esse encanto passa por todas as teorias (filosóficas e científicas)que existem entre nós que O tentam compreender,
inclusivè negar. Eu não O nego. E insisto na frase de Louis Pasteur " Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima".

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