quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Hoje deu-me para relembrar as tretas da parvónia...

No "DN" de hoje há um artigo sobre a deputada Luísa Mesquita, que pertenceu ao partido comunista e que foi expulsa deste mesmo partido, passando a ser agora deputada independente (a designação actual é de deputada não inscrita) sob o título "Organização estalinista deixa o cidadão de pé atrás".
Diz o mesmo artigo, a páginas tantas, que a senhora deputada, agora, define os seus primeiros tempos "Com muito maior serenidade e tranquilidade" e que "Existe uma espécie de organização estalinista em todos os partidos políticos que deixa o cidadão eleitor de pé atrás" refere a deputada, aconselhando que se faça uma reflexão sobre a própria qualidade da democracia".
Duas situações, pois, a lembrar.
Quanto à primeira, não estranho nada disto, não acho que seja novidade, é ver como aquela meia dúzia (eu sei lá quantas meias-dúzias!!!!) que está à frente dos partidos se apega ao poder e dele não quer arredar, o tacho a isso obriga, não sabem fazer mais nada. Formam facções, correntes etc etc. E lembro também os homenzinhos e as mulherzinhas que giram à volta destes, os "boys" ou as "girls" (familiares incluídos, pois claro), que querem garantir as benesses do seu herói e que se esfalfam por um empregozito na Câmara ou no Gabinete x, na eleição para um cargozito no Ministério coiso e tal e que se prestam a ser rotulados de Bajulador-Mor ou Engraxa-Tudo Primeiro, etc etc (veja-se um caso ao acaso, por exemplo o que aconteceu há uns anos na Caixa Geral de Depósitos - que nomeou para o cargo de Administrador, um cargo corriqueiro não é?, um dirigente socialista que tinha como única experiência bancária ser funcionário de balcão numa dependência da CGD em Mogadouro e nenhuma preparação económica ou financeira, um tal de Vara ou coisa do género...).
Tenhamos paciência, o povo tem que saber compreender estas coisas, nada de maledicência, má língua ou inveja, nada disso. Os senhores até estão lá a fazer-nos um grande favor e aliás eles estão lá porque ganharam eleições internas (estou a lembrar-me das eleições num certo partido onde houve confusão da grossa...bem, talvez seja impressão minha, não deve ter havido confusão nenhuma, houve provavelmente um desacato provocado pela lista opositora, sem qualquer fundamento, está bem de ver...) e também nenhum de nós quis ser voluntário para o lugar deles. Portanto, é tudo treta, está tudo bem nos partidos, nada de estalinismos, trotskismos ou outros ismos. Nada disso. Peace and love,fica tranquíla.
Quanto à reflexão da deputada sobre a qualidade da nossa democracia, eh pá, acho isto forte demais, temos uma democracia em peras, os nossos deputados são quase os mesmos há uma série de anos caramba, os partidos nem se incomodam muito a mudá-los para que o povo não deixe de os reconhecer etc etc, ainda para mais no partido comunista, de onde a senhora deputada é originária, bolas!!!, tenhamos dó e piedade dos heróis que internamente nos partidos (no pc também??!!! Hmmm....) se digladiam para se erguerem nas listas partidárias (era bom até falar com alguns que ficam de fora, recolher as suas impressões e tal, saber se é unânime a sua opinião sobre os escolhidos etc etc).A qualidade está assegurada há muito tempo minha senhora, nada de pânico, não extravase para a opinião pública a sua opinião única, olhe que já não está no pc.
Visto e revisto, salvo melhor opinião, tá tudo bem. A senhora deputada não quis que o alcance da sua bojarda atingisse ninguém, foi só um lamento, que eu, modesto eleitor e cidadão, nem procuro fundamento para compreender.
Siga o circo.

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