"Cavaco pede diálogo para reduzir "tensões"
A mensagem de Ano Novo do Presidente da República deu um "suficiente" ao trabalho do Governo de José Sócrates. Cavaco Silva mostrou-se parcialmente satisfeito com a resposta dada os desafios lançados no ano anterior e eram eles o desenvolvimento económico do País, e as reformas da Educação e da Justiça. Conjugou sempre estas áreas com um "mas", ou seja com a necessidade de aprofundar o caminho trilhado. Sobretudo no combate aos "níveis preocupantes de desemprego", "às bolsas de pobreza" e a uma justiça que continua a ser "um obstáculo ao progresso económico e social do País".
Palavras criticas deixou-as para os "altos dirigentes de empresas" que, na sua opinião, auferem rendimentos "injustificados e desproporcionados" face aos salários médios dos seus trabalhadores. À preocupação com o acentuar das desigualdades sociais, o chefe do Estado adicionou o acesso aos cuidados de saúde. Os portugueses, disse "não estão seguros de que os utentes, principalmente os de recursos mais baixos ocupam, como deve ser, uma posição central nas reformas que são inevitáveis para assegurar a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde. E num recado directo ao ministro da pasta, Correia de Campos, numa altura em que fecham novos serviços de urgência, sublinhou: "Seria importante que percebessem para onde vai o País em matéria de cuidados de saúde".
Cavaco reconheceu melhoria do crescimento da economia e progressos no controlo das finanças públicas. E lá estava o "mas". "Sei que ano que terminou não foi fácil para muitos portugueses. Todos gostaríamos que a evolução da situação económica e social do País tivesse sido mais positiva e que os sinais de recuperação fossem agora mais fortes". Mostrou-se, no entanto crédulo, no ultrapassar das dificuldades. "Será que Portugal pode vencer? Estou convencido que sim."
Apelou a mais e bom investimento, ao contributo das PME e lembrou que em 2008 começarão a chegar ao País novos apoios comunitários, que devem ser "aplicados com verdadeiro sentido estratégico e geridos com eficácia e transparência."
O Presidente deu um aval de confiança à titular da Educação considerando "sinais positivos" o aumento do número de alunos no ensino secundário e superior e a redução do insucesso e abandonos escolares, e pediu ainda um esforço no sentido de "melhorar o clima de confiança entre todos os intervenientes no processo educativo".
O funcionamento do sistema de justiça ainda é, sublinhou, "um obstáculo ao progresso económico e social do País", se bem que foram aprovadas "importantes reformas legislativas".
Cavaco Silva pediu o aprofundamento do diálogo e concertação sociais entre os agentes políticos, os poderes públicos e os grupos e parceiros sociais para "reduzir a conflitualidade e as tensões" e para enfrentar as dificuldades que subsistem, particularmente as bolsas de pobreza. "Para os problemas da inclusão social, obtive respostas que me encheram de alegria", disse o Presidente. E citou algumas: reavivar do espírito de voluntariado, maior sensibilidade das empresas para a responsabilidade social e mais solidariedade.
Neste Novo Ano, Cavaco pediu a atenção dos portugueses e do Governo para dois "problemas graves": a baixíssima taxa de natalidade e a sinistralidade. A que juntou o despovoamento e o envelhecimento das populações do interior.
Só a presidência portuguesa mereceu a nota mais alta: "Portugal saiu prestigiado do exercício da presidência." - - -
Eu diria que é um PR cheio de boa vontade, no lugar dele eu seria muito, mas muito mais exigente, e não falaria com mel nas palavras nem usaria luvas de cetim. Basta olhar para a sociedade portuguesa para se ordenar (disse bem, ordenar) ao Governo muito mais trabalho, por exemplo na saúde (nada de acabar com o apoio justificável às populações carenciadas de meios e assistência de cuidados de saúde), na justiça (quer no plano social - por exemplo, acabar com os chorudos vencimentos de alguns boys nas empresas indirectamente ligadas ao aparelho e ao aparitchic - quer no plano da aplicação da lei e onde o cidadão não vê melhorias absolutamente nenhumas)e na solidariedade social. Na Economia? Aí é deixar o mercado funcionar, o Estado só regula e supervisiona, nada de se meter em negócios que não lhe digam respeito, veja-se o caso do BCP. Mas parece que não, até na iniciativa privada este governo quer meter a foice (se fosse um governo comuna ainda vá, mas este governo é nitidamente de centro direita, caramba)invocando, quiçá, princípios de ordem pública e segurança das instituições nacionais e do normal funcionamento da economia nacional bla bla bla. E sempre lá coloca mais uns boys não é verdade? Ó santa ignorância daqueles que votam nestes xuxialistas...ainda não viram que eles xuxam xuxam xuxam (eles e os amigos deles tá bem de ver...). Por isso, aqui fica o meu protesto pela ténue lembrança do PR sobre a actuação (insuficiente) desta governação.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
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