terça-feira, 7 de abril de 2009


No DN (ou vidé Resolução da Assembleia da República n.º 21/2009):
"A palavra do deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais". É esta a redacção do ponto sete do novo regime de presenças e faltas dos deputados em plenários, que o presidente da Assembleia da República fez aprovar. Jaime Gama acabou por deixar a possibilidade de os deputados poderem alegar ausência por motivo de doença sem que para isso seja necessária a apresentação de quaisquer justificativos nos primeiros cinco dias. Excepto quando a doença "se prolongue por mais de uma semana". Ou seja, um deputado que falte e que com isso impeça ou prejudique uma votação pode invocar doença sem que tenha que apresentar qualquer tipo de atestado médico.” (...)
Ora cá está. Em Dezembro passado, aquando da votação no parlamento de um projecto de resolução, faltaram 48 deputados. Foi um escândalo. Em Abril de 2006, dos 230 deputados faltaram 120, inviabilizando diversas votações. Foi terrível. Eis dois exemplos que chocaram o país. Os senhores deputados meteram os pés pelas mãos e lá foram justificando as faltas... Em bom tempo, a Assembleia da República entendeu que a situação devia ser alterada. Afinal, os representantes dos portugueses têm de dar o exemplo. O que fizeram? Acabaram com as justificações. O problema, afinal, não estava nas faltas em si mas na justificação. Chama-se a isto ‘reengenharia, um termo que serve (como neste caso) para mandar poeira para cima dos olhos do povo. Por isso, povo, já sabeis com quem podeis contar.
É por esta e por outras que cada vez os cidadãos se revêem menos neste ‘sistema’, deles, não nosso. Para o comum dos cidadãos, trabalhadores, há deveres (legais) mas eis que os representantes do povo se tornam numa excepção, estão as excelências excelentíssimas não sujeitas a quaisquer obrigações. Afinal o princípio da legalidade e da igualdade perante a lei é o quê? República de quê? Vão...

3 comentários:

Luísa A. disse...

Flip, se quem parte e reparte não fica com a melhor parte… :-S

Maria Eduarda disse...

Só é pena que não tenhas terminado em beleza... se fosse minha esta prosa ia até ao fim. Mas compreendo que um gentleman não o faça. Mas que dá vontade de andar à bordoada lá isso da´!

Flip disse...

Luísa
pois é, mas os tolos somos nós...essa é a parte chata. uff!!!!


quase à beira de um ataque de qualquer coisa má...
irra!