quinta-feira, 23 de abril de 2009


Painel de Nuno Siqueira no Metro (Olivais)

O Metro ia apinhado, era hora de ponta. Ela tinha horror das multidões e sofria um pouco de claustrofobia. Não tinha alternativa, estava atrasada, o Metro era a opção obrigatória. Faltavam três paragens para o seu destino, ela mentalizava-se que era uma questão de poucos minutos. De repente, uma travagem repentina, ela, que ia em pé, viu-se abraçada a um cavalheiro ao seu lado. Ficou ruborizada, mas ele devolveu-lhe um sorriso e ela correspondeu. Ela pensava que era o fim dos seus dias de solidão e de aperto, ela adorou o encontro, o seu olhar de soslaio não largava aquela figura masculina. A sua estação de destino aproximava-se e ela não conseguiu resistir, despediu-se dele com um bom dia ternurento. Ele quis sair também, mas entretanto, tendo hesitado, as portas fecharam-se e ficou retido na composição.
Não voltaram a ver-se, embora se procurassem, diariamente, naquela estação do Metro, acalentando ambos um fogo de paixão.
A estação do “Socorro” nunca mais foi a mesma.

2 comentários:

Gi disse...

Ela que procure por Martim Moniz, nome e apelido tão na moda hoje em dia.

Flip disse...

Gi
boa, fica adoptado :-)