sexta-feira, 10 de abril de 2009


pormenores de Cascais - foto flipvinagre

Bebido o luar,
ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Sophia de Mello Breyner Andresen

2 comentários:

Luísa A. disse...

Belissimo poema e extraordinário «pink», Flip! Gosto imenso do efeito de uma pincelada forte no meio de um casario pálido. :-)

Flip disse...

Luísa
este edifício faz parte do Largo Camões, e emprestaram-lhe esta cor soberba, também gostei
:-)