sábado, 25 de abril de 2009
“apalpar manhãs”
sonhei que estava enamorado pela palavra antigamente.
eu sorria muito nesse sonho – fossem gargalhadas. aproveitei a ponta desse sorriso e fiz um escorrega. deslizei. tombei no início de uma manhã.
pensei ver duas borboletas mas [riso] eram duas ramelas. peguei nas duas: o peso delas dizia que eu estava acordado. [a partir do tom amarelado das ramelas é possível apalpar manhãs].
então vi: nos dedos, na pele do corpo por acordar, estavam manchas muito enormes: eram manchas de infância
gosto muito desse tipo de varicela.
Ondjaki in "Materiais para a confecção de um espanador de tristezas" (poesia, 2008)
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1 comentário:
Eu também gosto dessa varicela. Como gosto!
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