domingo, 22 de fevereiro de 2009
Um amigo do peito embarcou hoje de manhã com destino a Luanda, foi para lá trabalhar, regressa à terra que o viu nascer, motivos profissionais assim ditaram a sua sorte, não foi a saudade nem o prazer de rever a terra-mãe, foi mesmo a salvaguarda do seu ganha-pão, a sua sobrevivência económica. E foi ciente de que aquela terra maravilhosa já não é a que era quando lá nascemos, está diferente, em quase tudo, mas é lá que está o seu futuro imediato e foi para lá que rumou, desejei-lhe toda a sorte do mundo, ia com uma lagrimita no olho, deixa cá a família e os amigos, não é fácil!
Motivos profissionais “obrigaram-me” também num passado recente a permanecer lá dois longos meses, digo longos porque os pontos de referência que ajudam a criarmos raízes num determinado local não se esgotam unicamente no sítio, acresce a família, os amigos, os laços de amizade duradouros que se estabeleceram ao longo de um período determinado e um conjunto de circunstâncias que fazem com que o nosso universo seja aquele, só aquele, e isso já não acontece, embora lá permaneçam grandes amigos que, por opção, decidiram ser ali a sua terra.
Enquanto o trabalho nos absorva e domine todos os minutos do nosso dia-a-dia, é fácil ausentarmo-nos para onde quer que seja, o pior é quando ficamos sós e bate à porta a saudade (da família, do lar, das nossas coisas, da cidade, dos nossos hobbies...tanta coisa que tudo então se pondera!!!) o tempo parece parar e somos sujeitos à influência poderosa da nostalgia, a um questionar gigantesco de razões que só nos abandonam com a ajuda e a atenção dos amigos que decidem partilhar connosco a nossa luta interna e então passa a ser sagrado o pouco do seu tempo e da sua atenção para connosco, é a vacina ideal contra essa ditadura nostálgica que se quer apoderar de nós. E eu tive a sorte de encontrar amigos, por isso os guardo e estimo.
E alguns desses amigos são amigos comuns, por isso sei que ele ficará bem, embora subsista sempre uma dorzinha chata no peito que teima em não querer abandonar-nos ao fim do dia, aguenta Tó, que o cumbu compense tudo isso, agarra uma calma mermão!
AH, e manda-me goiabas, mamão, papaia e sol, bué de sol...
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