quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009


“É muito sensata a idéia que os hindus têm da felicidade, que eles representam sob a forma do Nirvana.

O Nirvana é o repouso absoluto; é a deliciosa tranqüilidade do espírito, que se origina quando ele deixa de ter desejos ou aspirações, quando não percebe mais fora de si próprio um só ponto que o atraia e o repila.

É estado de felicidade que o homem civilizado não pode mesmo figurá-lo a si próprio, ele que está perpetuamente em luta com um turbilhão de idéias.

Tal estado só pode ser alcançado de duas maneiras: pela ignorância absoluta, quando faltam ainda ao espírito órgãos necessários para perceber os pontos de atracção e de repulsão que existem fora dele, ou pela noção absoluta, quando o espírito está tão amplo e tão altamente desenvolvido que compreenda em si tudo o que é, de sorte que fora dele não exista absolutamente mais nada que possa incitá-lo a um movimento, despertar-lhe um desejo, uma inspiração, um cuidado.

Este último estado é evidentemente para o homem ideal inacessível; ele nunca poderá chegar a possuir toda a verdade, a conciliar os fenómenos complexos com as suas leis simples e a ser um sábio absoluto aos olhos do qual a diversidade dos fenómenos universais confirma-se como racional e necessária".

NORDAU, Max. As Mentiras Convencionais da Nossa Civilização.

2 comentários:

Maria Eduarda disse...

Este Nordau tem piada... e eu à procura do homem ideal fui vencida pelo cansaço e pelo tédio que os sábios ocidentais me inspiram! Sou mesmo burra! E cega! Que raiva!

Flip disse...


:-)