quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
SONETO DE DEVOÇÃO
(Vinícius de Moraes)
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todos a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela
Essa mulher é um mundo! – uma cadela
Talvez... – mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
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2 comentários:
Belo. Só podia ser Vinicius e sua eterna devoção. Eu diria mesmo uma bela obssessão.
belíssima MÉ
:-)
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